“Eu já sofria bullying aos 6 anos”, afirma Lewis Hamilton

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Heptacampeão mundial de Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton participou do podcast “On Purpose with Jay Shetty” e falou sobre sua vida, racismo, bullying na escola e vários outros assuntos. Durante a conversa, ele revelou que já foi chamado de “nigga”, termo pejorativo para se referir a pessoas negras.

“Foi a parte mais traumatizante da minha vida. Eu já sofria bullying aos seis anos de idade. Acho que na época daquela escola em particular, eu provavelmente era um dos três negros e apenas crianças maiores e mais fortes que praticavam bullying estavam me atacando a maior parte do tempo”, recorda.

Hamilton falou da sua carreira e sua vida no programa – Foto: Reprodução/On Purpose

Hamilton lembrou ainda que nem sempre era escolhido para completar o time de futebol. “Sempre fui o último escolhido, sabe, quando você está parado no parquinho, e está na fila quando estão escolhendo times para o futebol, sempre fui o último escolhido, ou nem sequer escolhido, mesmo se eu fosse melhor do que outra pessoa”, pontua.

O piloto ainda ressalta que foi doloroso para ele estudar em locais que não se falava da história do negro, que ele sempre ouvia os relatos de pessoas brancas como “salvadores” sociais. “Isso, para mim, foi difícil. Quando você vai para uma aula de história e tudo o que você aprende na história, não há fotos de pessoas negras na história que eles estavam nos ensinando”, lamenta.

Ainda durante o programa, ele lembrou também que não queria parecer fraco para o pai e isso, de certa forma, o machucou durante algum tempo, tendo que, muitas vezes, “engolir o choro”. “Eu não queria que meu pai pensasse que eu não era forte. E assim, eu faria, se eu tivesse lágrimas, eu as seguraria. Se eu tivesse emoções, seria em um lugar tranquilo”, ressalta.

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As corridas foram uma espécie de terapia para o heptacampeão. Ele conseguiu canalizar essa dor para o automobilismo. “Eu começar a correr fez com que conseguisse canalizar essa emoção que tinha para a minha direção. E, quando coloquei este capacete, o Super-Homem era o meu favorito. Adorei como ele lutou pelo povo e adorei como ele fez as coisas certas”, disse.

“E ele [Super-Homem] foi um personagem realmente inspirador para mim. Mas, novamente, nenhum super-herói era negro, então, você sabe, mas você ainda pode aspirar a ser alguém que não se pareça com você, sabe?”, finaliza.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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