Na última quarta-feira (03), por determinação do Tribunal Superior de Justiça (STJ), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, foi retirado do cargo a partir de uma investigação de de envolvimento em esquema de compra de cestas básicas de forma ilegal, com recursos públicos durante a pandemia de Covid-19.
Ele é o sétimo governador do Estado que não termina seu mandato e o último que completou foi Marcelo Miranda (MDB), em 2006. No entanto, o mesmo Marcelo foi cassado em 2009, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou irregularidades justamente na campanha de reeleição, em 2006.

Na época, o vice-governador, Paulo Sidnei, também foi cassado, quem assumiu a cadeira no Palácio Araguaia foi Carlos Gaguim, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto). Ele venceu uma eleição indireta, mas não conseguiu se reeleger e foi sucedido por Siqueira Campos.
Em 2014, Siqueira Campos e seu vice-governador, João Oliveira (DEM), renunciaram com o objetivo de viabilizar a campanha para o governo do Estado do filho do governador, Eduardo Siqueira Campos. Mais uma vez um deputado estadual assumiu o cargo, desta vez Sandoval Cardoso (SD), então presidente da Aleto.
Sadoval ficou no cargo até ser preso, em 2016, acusado de fraudes em licitações relacionadas a contratos de terraplanagem e pavimentação asfáltica. Sandoval responde em liberdade ao processo que ainda corre na justiça. Atualmente está afastado da vida pública e sempre negou todas as acusações.
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Marcelo Miranda foi reeleito pelo povo tocantinense, junto com a vice, Cláudia Lélis. Mas em 2018, a Polícia Civil apreendeu um avião com R$ 500 mil em dinheiro e santinhos da chapa Miranda-Lélis em Piracanjuba (GO). O caso levou à nova cassação dele, em 2018.
O governador passou 147 dias na cadeia, e só foi liberado em fevereiro de 2020. Como a vice-governadora Cláudia Lélis também foi cassada, pela terceira vez um deputado estadual, no cargo de presidente da Assembleia, foi para o Palácio Araguaia.
Após a segunda cassação de Marcelo Miranda, quem assumiu o mandato interinamente foi Mauro Carlesse (Agir). Ele era um deputado em primeiro mandato que tinha sido eleito presidente da Assembleia. Em 2018, Carlesse venceu duas eleições – uma suplementar, em junho daquele ano, e outra geral, em outubro.
Porém, durante seu governo, se envolveu em polêmicas e investigações que também o levaram a não finalizar o mandato eletivo, sendo acusado de corrupção e suspeito de interferir politicamente na Polícia Civil, e acabou afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Wanderlei Barbosa assumiu o governo do Estado assim que Carlesse saiu do cargo, em 2021. Político de carreira, o governador afastado nesta quarta-feira ganhou as eleições em 2022 e desde estão comandava o Executivo Estadual.