Usuários do Metrô de São Paulo enfrentam caos no transporte por conta da greve nesta quinta-feira (23). As linhas paralisadas foram: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô de São Paulo. A greve é por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Metroviários.
Os representantes da categoria informaram que esta paralisação é para reivindicar o pagamento do abono, a revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos realizados em 2019, e também pedir novas contratações.
Os grevistas chegaram a propor um dia de catraca livre como alternativa para não prejudicar a população, o que não foi aceito por questões de segurança. “Foi uma alternativa que a gente apresentou. Não queremos prejudicar a população”, disse Camila Lisboa, representante do Sindicato dos Metroviários.
Em nota, o Metrô disse que “não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa”.
A empresa disse também que tentou atender os pedidos do sindicato, mas que a realidade econômica da companhia “não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento”.
O Metrô disse ainda que teve “significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019”.
Passageiros se aglomeram em frente as estações na tentativa de conseguir um transporte alternativo. A estudante, Ana Beatriz Lima Lisboa conta como soube da paralisação.
“Fui pega de surpresa pela notícia da paralisação, a informação foi compartilhada por colegas no grupo da faculdade, na hora toda a turma em conjunto decidiu faltar na aula dessa quinta-feira (23) porque todos dependem das linhas afetadas”, conta ela.
Na estação Jabaquara, passageiros tentaram embarcar de ônibus no terminal próximo à estação. A SPTrans criou duas linhas e reforçou a frota de 13 já existentes, mas não foi suficiente devido à alta demanda.
O também estudante Thiago Pereira Cordeiro, conta que sai para a faculdade ainda de madrugada, pega um ônibus todo dia até a estação Corinthians-Itaquera, onde pega a linha vermelha do metrô.
“Minha outra alternativa seria pegar o trem da CPTM [ Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] na mesma estação, mas está tudo um caos, as linhas estão lotadas e é inviável sair de casa pensando em chegar no horário certo da minha aula. Pensar ainda em alternativas para ir embora e conseguir chegar ao meu estágio é ainda mais dor de cabeça. Muito frustrante a situação”, lamenta.
Passageiros que tentaram carros de aplicativo para se deslocar, relatam valores muito acima do normal., chegando a R$ 180.
CPTM e EMTU
Os trens da CPTM também estão circulando, segundo a companhia, mas as transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô permanecerão fechada. As transferências com as linhas 4-Amarela e 8-Diamante vão funcionar normalmente nas estações Luz e Barra Funda.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), informou que as linhas operam normalmente e que vai reforçar principalmente as integradas ao Metrô e à CPTM.
A Zona Azul e a proibição de circulação de carros nos corredores de ônibus continuam valendo, assim como a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF).
Leia também: Hidrovia do rio Tocantins ameaça ribeirinhos, quilombolas e indígenas
0 Replies to “Greve de metrô em São Paulo gera caos para a população”