O mês, que ainda não terminou, tem recorde de baleados em comparação com meses anteriores
Os primeiros 21 dias de novembro foram marcados pelo aumento nos índices da violência armada na região metropolitana do Recife, em Pernambuco. Ao menos 140 pessoas foram baleadas até o momento, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Em comparação com os primeiros 21 dias dos 10 meses anteriores, novembro apresentou o maior número de baleados.
O indicador representa a soma do número de mortos e de feridos. Do total de 109 tiroteios/disparos de arma de fogo ocorridos neste mês, 96 pessoas morreram e 44 ficaram feridas. Considerando somente o número de mortos, novembro ocupou a segunda posição no ranking, empatado com os primeiros 21 dias do mês de setembro e atrás de fevereiro, com 103 vítimas.
Considerando somente os feridos, novembro ficou atrás de março, com 47 atingidos e empatou com abril, que também concentrou 44 feridos.
No acumulado de 2023, entre 1º de janeiro e 21 de novembro, foram registrados 1.618 tiroteios que deixaram 1.851 baleados (1.324 mortos e 527 feridos). Números apontam para um aumento de 7% nos tiroteios, 14% na quantidade de mortos e queda de 8% na de feridos em comparação com o mesmo período de 2022, que concentrou 1.510 tiroteios e 1736 baleados (1.161 mortos e 575 feridos).
O número de baleados em tiroteios durante ações e operações policiais foi ainda mais preocupante. Ao menos 13 pessoas foram atingidas (11 morreram e duas ficaram feridas). O número de baleados nesses casos é o maior registrado em comparação com os primeiros 21 dias dos meses anteriores.
No acumulado do ano, entre 1º de janeiro e 21 de novembro, houve 87 tiroteios em ações e operações policiais que deixaram 103 baleados (63 mortos e 40 feridos). Números apontam para um aumento de 43% nos tiroteios, 75% na quantidade de mortos e 67% na de feridos em comparação com o mesmo período de 2022, que concentrou 61 tiroteios e 60 baleados (36 mortos e 24 feridos).
Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto.
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