Três ex-funcionários da gigante norte-americana Tesla, empresa de armazenamento de energia e montadora de carros elétricos, controlada pelo bilionário Elon Musk, denunciaram casos de racismo e assédio moral na fábrica de Fremont, no estado da Califórnia (EUA).
Monica Chatman, Kimberly Romby e Nigel Jones relataram ao jornal Los Angeles Time que a fábrica é um local de trabalho hostil para pessoas negras. Algumas pessoas chamam o local de “plantação” e “navio negreiro” pelo ritmo de trabalho brutal e segregação com os negros.
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“Houve uma época em que eu trabalhava três meses seguidos, sem dias de folga”, relembra Chatman que revelou ainda que os negros recebiam os trabalhos mais pesados e degradantes. Ela relembra ainda que, em determinado momento, trabalhou sozinha em um local que era projetado para o trabalho de quatro pessoas. Chegou a desmaiar de exaustão.
Chatman disse ainda que as agressões verbais eram constantes no local e que os funcionários brancos e latinos utilizavam sempre o termo n-word para se referir aos negros, além de os trabalhadores afro-americanos ocuparem a “área mais desagradável e desconfortável da fábrica“, revela.
Mais de 4 mil ex-funcionários negros entraram com processo contra a empresa por discriminação racial pelo Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia, o maior já aberto no estado. Há algum tempo, o CEO da Tesla disse que “os funcionários vítimas de racismo precisavam ser casca grossa”.
A Tesla se defendeu e afirmou que nenhum dos três abriu qualquer reclamação sobre racismo. A empresa ainda contestou a veracidade dos fatos, afirmando que as punições que eles receberam foram resultado de mau comportamento no local de trabalho. “A raça não desempenha nenhum papel em nenhuma das atribuições de trabalho, promoções, pagamento ou disciplina da Tesla”, complementam os advogados da companhia.
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