“Eu saí feliz pra trabalhar porque eu amo o que faço, então eu não entendo como uma pessoa sai de casa e se acha no direito de ofender outras pessoas”, disse a fotógrafa da Federação Baiana de Futebol (FBF), Maurícia da Matta, em seu relato nas redes sociais em que expôs ataques racistas sofridos na última quarta-feira (17), durante a partida entre o Esporte Clube Bahia e Jequié, que aconteceu na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Segundo Maurícia, os ataques que partiram de uma torcedora são recorrentes e acontecem em todos os jogos, porém dessa ela resolveu filmar. “Não é a primeira vez, tem mais de anos. Durante todo o jogo ela me insulta, fala frases pejorativas. Eu já ouvi várias vezes ela me chamar de cabelo de boneca”, afirmou.
A profissional disse que um homem se juntou à mulher e também começou a ofendê-la com gestos obscenos e xingamentos. “Infelizmente, quando eu parei de filmar, ele começou a proferir ofensas racistas”.
Após os xingamentos, Maurícia foi até o posto policial da Arena Fonte Nova e os policiais pediram para que ela identificasse os responsáveis pelos comentários racistas, que foram levados à delegacia do estádio. “Eu fiz um boletim de ocorrência (BO), mas não pude registrar como injúria porque eu não tinha provas. Então ficou como violência psicológica e verbal”, explicou.
Posicionamento das instituções
O Esporte Clube Bahia publicou uma nota em seu Instagram para dizer que repudia o episódio de racismo que a fotógrafa sofreu. “Toda nossa solidariedade a Maurícia ao tempo em que cobramos resposta à altura da gravidade do assunto e reiteramos compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação”, escreveu.
A Federação Bahiana de Futebol (FBF) também se manifestou dizendo que lamenta pelo ocorrido e mencionou que o racismo e a discriminação não fazem parte do esporte e devem ser extintos da sociedade.
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