O rapper Djonga se pronunciou pelas redes sociais após o Tribunal de Justiça de São Paulo determinar a exclusão da frase “Fogo nos Racistas” de uma postagem do Facebook. Uma enfermeira negra publicou a imagem de um cartaz com a frase na rede social para relatar um caso de racismo vivenciado pela irmã numa loja no centro de Mogi Guaçu, cidade da capital paulista. Após a notícia, o artista foi aos stories abordar o fato: “Quando eu trouxe essa frase em ‘Olho de Tigre”, eu não sabia que ela se tornaria um dos gritos mais importantes da nossa geração. Nunca me apropriei dela como minha, inclusive por sentir que o caráter dela é maior que artístico. Eu e meus irmãos, minhas irmã, fomos perseguidos uma vida inteira, fomos acusados do que não fizemos uma vida inteira, alguns de nóstomaram tiro. . .por uma vida inteira fomos relatados na mídia em tom de Deboche.”
Ainda na postagem, o artista concluiu fazendo um desabafo sobre o racismo no Brasil. “A REAÇÃO QUE ELES TEM CONTRA ‘bandidos’, É METER BALA SEM ESPAÇO PRA DEFESA… .e você sabe o que é um ‘bandido’… Se a nossa reação contra a mentira deles, é gritar ‘Fogo nos Racistas” é um absurdo! (Olha que nem concretizamos) MAS A PERGUNTA É: TÁ COM MEDO DE QUE? O RACISTA É VOCÊ???.”.
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Na sentença, publicada no começo deste mês, o juiz Schmitt Corrêa acatou em parte o pedido de dano moral e determinou a exclusão do post. De acordo com ele, a postagem com a frase “fogo nos racistas” gerou uma situação de ameaça para a dona da loja. “Cinge-se a presente análise, em verificar eventual excesso da ré [enfermeira], nos conteúdos por ela publicados que possam ter extrapolado sua liberdade de expressão e atingido a esfera moral da autora [dona da loja]”, diz um trecho da decisão, referente ao caso ocorrido em setembro de 2019.
De acordo com o desabafo da enfermeira, a irmã tinha sofrido um problema capilar e estava careca, por isso foi até a loja e comprou um adereço para a cabeça que custava R$100. No entanto, ao chegar em casa, ela notou que deram para ela um produto que custava R$70, então ela voltou na loja para fazer a troca. A dona da loja não quis fazer a troca.
Na ocasião, a enfermeira contou que a dona da loja disse que “não era problema dela que a minha irmã era negra, careca e uma cadela”. A proprietária do estabelecimento pegou um ferro e bateu na cliente além de fazer ofensas como “sai daqui sua cadela” na frente de funcionários e de outros clientes. A dona da loja expulsou a moça e puxou sua peruca, deixando ela constrangida diante das pessoas. O caso foi registrado na delegacia e foi iniciado um inquérito, arquivado meses depois sem desdobramentos judiciais. No dia da agressão, a dona da loja foi liberada da delegacia.
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