Criado para substituir o Bolsa Família, o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo Jair Bolsonaro (PL), deixa mais de 2,78 milhões de famílias na fila de espera, o que corresponde a cerca de 5,3 milhões de pessoas que estão elegíveis para receber o valor de R$ 400.
Segundo um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), e divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, neste domingo (19), a fila mais que dobrou entre os meses de março e abril deste ano, passando de 1,3 milhão de famílias para os atuais 2,78 milhões.
Ainda de acordo com o Estadão, o Ministério da Cidadania, pasta responsável pelo programa, não tem divulgado dados sobre o Auxílio Brasil , o que fez a CNM a realizar o levantamento de forma independente, com o suporte dos municípios, através dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras).
Segundo o estudo, em janeiro deste ano, a fila era de 434 mil famílias, passando para 1,05 milhão em fevereiro, depois para 1,3 milhão em março e 2,78 milhões em abril. Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o governo federal está relutante para divulgar os dados por questões eleitorais. “O orçamento do Auxílio Brasil para este ano, R$ 89 bilhões, seria insuficiente para zerar a fila. Além disso, municípios criticam detalhes do desenho do programa, como o incentivo para que pessoas que vivem juntas peçam o benefício separadamente para aumentar o valor recebido por família“, afirma o dirigente.
O levantamento revela ainda que o número de famílias atendidas pelo Auxílio Brasil ficou estável entre os meses de fevereiro e março, atingindo 18,8 milhões, mas caiu em abril, chegando a 17,7 milhões de famílias beneficiadas.
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Outro fator apontado por gestores municipais é o incentivo do Ministério para que pessoas que vivem juntas peçam o benefício de forma separada. De acordo com a CNM, isso cria uma disparidade “entre estatística e realidade que atrapalha o acompanhamento das famílias mais vulneráveis”.
“A estratégia de “dobrar” o benefício familiar com os cadastros separados pode deixar outras famílias sem dinheiro, em um cenário no qual o programa não seja capaz de contemplar todos os pedidos”, finaliza o documento da CNM.
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