O Festival Gastronomia Preta, criado por Breno Cruz – mais conhecido como Preto Gourmet – acontecerá nos dias 25 e 26 de novembro no Rio de Janeiro. A primeira edição do evento contará com muita comida boa, oportunidade para chefs negros mostrarem seu talento, capacitação de jovens pretos periféricos, além da presença de coletivos e artistas negros.
As expectativas de Preto Gourmet para o festival são positivas, já que o evento também recebe a 2ª edição do Prêmio Gastronomia Preta, que deve premiar mais de 60 chefs e restaurantes de todo o país em 26 categorias diferentes. “Será um momento de aquilombamento dos nossos – num recorte com boa comida“.
A importância do evento, de acordo com reto Gourmet, está em dar oportunidades e unir pessoas negras. “O Festival surge como uma possibilidade de evidenciar na prática pessoas pretas e pardas que estão na gastronomia e que ainda não receberam holofotes da grande mídia, bem como evidenciar que a Gastronomia não é somente os empreendimentos que oferecem produtos e serviços voltados para a Classe AB. Leia-se aqui Alta Gastronomia“.
O chef também destaca que o tipo de culinária encontrada no festival, é bem variada. “A Gastronomia é plural e meu recorte não é somente sobre comida da diáspora. Ela é importante sim no processo de construção cultural do nosso povo, mas precisamos evidenciar também profissionais que atuam com outros insumos e técnicas. O que me move como criador do evento é mostrar que tem muita gente boa no país”, diz ele.
Segundo Preto Gourmet, estima-se que 2 mil pessoas apareçam no festival, por dia. Com essa previsão, espera-se que muitas pessoas possam ver as diversas referências de profissionais da gastronomia que atuam com excelência. “Vide o caso do chef Vladimir Reis do Dim Sum Rio que entrega com excelência a culinária chinesa“, exemplifica Breno.
Apesar da animação, o organizador do evento não esconde as dificuldades. “Não tem sido fácil colocar o Festival de pé. As grandes empresas falam de diversidade, raça e pluralidade, mas muitas vezes não chegam junto. Algumas marcas como Rio Othon Palace e Eisenbanh são pioneiras por acreditarem na nossa proposta e estar junto. E a lista acaba aqui”, desabafa.
Por conta da ausência de apoio, Preto Gourmet também fala sobre a possibilidade de não haver dinks no festival. “A indústria de bebidas destiladas ainda não chegou junto”, conta.
Ainda sim, o Festival Gastronomia Preta que tem na produção executiva duas mulheres negras, tem preparado muitas novidades para quem ama gastronomia.
Em parceria com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) – que apoia o evento – com o projeto de extensão universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Pretonomia, será oferecido a capacitação de 20 jovens pretos periféricos da região metropolitana do Rio de Janeiro, com um curso de 57h que está sendo desenvolvido pelo professor Breno Cruz.
Além disso, uma parceria com a Faculdade Arnaldo também vai garantir 3 bolsas de estudos para o curso de Tecnólogo em Gastronomia, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para participar é necessário ser negro ou indígena, ser nascido no estado, ter ensino médio completo, ser um empreendedor do ramo de bebidas e alimentos, e residir na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As inscrições vão até o dia 30 de julho, e pode ser feita por um formulário.
Para conhecer os finalistas de todas as categorias, basta acessar o perfil do evento no Instagram.
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