Feminicídio cresce 26% no Brasil e 2,7 mil mulheres são vítimas

Screenshot-2025-12-02-18.13.23.png

1.075 mulheres morreram no país no último ano vítimas de feminicídio.

O Brasil encarou nos últimos dias, diferentes casos feminicídios que dá rosto e nome para dados recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública que revelam que o crime cresceu no país, cerca de 26% em relação ao ano anterior, um salto que indica escalada da violência. De janeiro a setembro de 2025, mais de 2,7 mil mulheres foram vítimas femícidio e 1.075 foram mortas pelo mesmo motivo.

Diferentes casos que compartilham as mesmas marcas: todas as vítimas são mulheres que tiveram relações marcadas por controle, ciúme e histórico de ameaças em uma sociedade historicamente marcada pelo machismo e pela violação contra direitos das mulheres.

De janeiro a setembro de 2025, mais de 2,7 mil mulheres foram vítimas femícidio, enquanto 1.075 foram mortas pelo mesmo motivo. Foto: reprodução

Tainara Souza Santos, 31 anos. Isabele Gomes de Macedo, 40 anos. Evelin de Souza Saraiva, 38 anos, tiveram suas vidas interrompidas de alguma forma por homens que, segundo testemunhas e as investigações não aceitavam a autonomia, as escolhas ou o fim do relacionamento.

Tainara foi atropelada na manhã de sábado (29) ao sair de um bar com um amigo. O motorista do veículo e ex-companheiro dela, Douglas Alves da Silva, passou por cima da vítima e arrastou seu corpo por cerca de um quilômetro. Ela teve as duas pernas amputadas devido à gravidade das lesões.

Isabele morreu carbonizada junto com seus quatro filhos, com idades entre 1 e 7 anos, após o marido, Aguinaldo José de Alves, incendiar a casa onde a família vivia. O caso ocorreu na tarde de sábado (29).

Evelin foi atingida por cinco tiros enquanto trabalhava em uma barraca de pastel na manhã de segunda-feira (1º). O suspeito, o ex-companheiro Bruno Lopes Fernandes Barreto, sacou duas armas e efetuou disparos à queima-roupa. Ele não aceitava o término da relação, segundo parentes e uma colega de trabalho de Evelin.

Além desses três casos recentes, outros três episódios recentes expõem, mais uma vez, a gravidade da violência de gênero no Brasil. No sábado (28), duas mulheres foram mortas por um ex-colega de trabalho: a professora Allane Pedroti, chefe da Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino (Diace), e a psicóloga Layse Pinheiro, 30 anos. O autor, João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, as assassinou dentro de um campus do CEFET no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Leia também: Violência contra mulher: 60,4% das vítimas no Brasil são negras, aponta relatório

Catarina Kersten, 30 anos, foi abusada e morta durante uma trilha no Morro do Matadeiro, em Florianópolis, enquanto se dirigia para uma aula de natação. O caso aconteceu em 21 de novembro.

A morte delas reforçam o padrão recorrente da violência letal contra mulheres: motivações ligadas ao gênero, relações próximas (parceiros, ex-parceiros, colegas) e agressões cometidas em espaços que deveriam oferecer segurança.

De acordo com o Mapa da Segurança Pública, no Brasil cerca de 4 mulheres são mortas por dia em contexto de femícidio.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

Deixe uma resposta

scroll to top