A Feira do Acari, que ocorria aos domingos no bairro da Zona Norte do Rio, foi proibida de funcionar pela Prefeitura do Rio. Mas a feira é patrimônio imaterial da cidade, e teve seu fim determinado por um decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado no Diário Oficial do município na última terça-feira (23).
Desde a decisão, trabalhadores e internautas debatem decisão do político, que foi acordada com o governador do Rio, Cláudio Castro. A feira, que funcionava na Avenida Pastor Martin Luther King Jr, foi aprovada como Patrimônio Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro, em projeto de lei aprovado em 2022.
A vereadora da cidade Thais Ferreira, criticou a decisão. A parlçamentar acredita que no momento em que Acari sofre com o impacto das chuvas de verão, a proibição demonstra ausência das autoridades na garantia dos direitos básicos da população desse território.
“Se o problema são os produtos desconhecidos, que tenha fiscalização! Uma grande maioria da população do território de Acari sofreu perdas sem precedentes com as últimas chuvas. Nós vimos, nos últimos dias, as cenas tristes de casas com água até o teto. Muitos desses moradores têm a feira como única fonte de renda. Que alternativa será dada para essas pessoas?”, questionou o a vereadora.
O prefeito anunciou que decretaria a proibição da feira por meio de sua conta no X (antigo Twitter). Paes revelou que após conversar com o governador, proibiria o funcionamento da feira em qualquer dia da semana e já teria orientado a articulação das forças policiais para impedir a instalação.
“Não é aceitável que uma ‘feira’ repleta de produtos de origem desconhecida tenha seu funcionamento normalizado na cidade… Não custa lembrar que a origem desses produtos é toda do crime organizado”, disse Paes.
A feira que funciona a mais de 40 anos, já foi citada na música “W/ Brasil (Chama o Síndico)” de Jorge Ben Jor em 1990, e também no funk “Feira de Acari”, do MC Batata, que foi música tema da novela “Barriga de Aluguel”. Este ano a feira teve vídeos viralizados no TikTok e internautas acreditam que a proibição tem correlação com publicidade que a feira recebeu ultimamente.
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