A medicina reprodutiva tem dado passos importantes para garantir que mais pessoas consigam realizar o sonho de ter filhos com mais segurança. Um dos maiores avanços é o Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGT, na sigla em inglês), exame que permite analisar a saúde cromossômica dos embriões antes de serem implantados no útero, prevenindo doenças genéticas como Síndrome de Down, hemofilia e fibrose cística.
Segundo a médica Gérsia Viana, especialista em Reprodução Humana Assistida e diretora do Cenafert (Centro de Medicina Reprodutiva), clínica em Salvador que integra o Grupo Huntington, o PGT representa uma evolução significativa na medicina. “Ter um bebê saudável é o desejo de toda pessoa que decide ter filhos. O exame permite selecionar embriões com maiores chances de sucesso e menos riscos genéticos“, explica.

Apesar dos avanços tecnológicos, a médica reforça que a medicina reprodutiva tem limites éticos e legais. “Não é possível criar uma ‘criança ideal’. Muitos pacientes chegam com expectativas irreais, como escolher o sexo ou características específicas. Por isso, o acolhimento e a informação adequada desde a primeira consulta são fundamentais”, afirma Gérsia.
A psicóloga Liliane Carmen Souza dos Santos, também do Cenafert, destaca a importância de trabalhar o aspecto emocional. “Muitos pacientes lidam com frustrações, idealizações e ansiedade. É necessário entender que o bebê não vem para preencher expectativas, mas para viver sua própria jornada”, pontua.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe a seleção do sexo do bebê, exceto em casos de doenças ligadas ao sexo. Embora o laudo genético possa identificar o sexo do embrião, a escolha com base nessa informação não é permitida.
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O exame é especialmente indicado para mulheres acima de 38 anos, pessoas com histórico familiar de doenças genéticas, casos de abortamentos recorrentes ou falhas repetidas em tratamentos de fertilização. Além de aumentar a taxa de sucesso dos ciclos de Fertilização in Vitro (FIV), o PGT reduz os custos gerados pela repetição dos tratamentos e o desgaste emocional envolvido.
À medida que mais pessoas optam por engravidar em idades mais avançadas, cresce também a importância do diagnóstico genético pré-implantacional como estratégia preventiva e de cuidado integral com a saúde reprodutiva.