Queiroz foi encontrado em imóvel do advogado de Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro
Fabrício Queiroz, ex-assessor e motorista do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, interior de São Paulo, durante execução da Operação Anjo, em ação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Queiroz estava na casa que pertence a Frederick Wassef, advogado criminalista do presidente Jair Bolsonaro e do seu filho Flávio Bolsonaro, ambos sem partido.
O ex-assessor de Fávio Bolsonaro, que também era seu motorista, começou a ser investigado em 2018 depois que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), publicado no jornal Estado de São Paulo, indicou uma movimentações de altas quantias, incompatíveis com os rendimentos de Queiroz.
Rachadinha
O investigado teria movimentado R$ 7 milhões entre os anos de 2014 e 2017, segundo denúncia do jornal O Globo, em janeiro de 2019. Uma das transações que chama atenção é um depósito de R$ 24 mil, feito na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro, em 2016. As investigações apontam que os valores foram proveniente de devoluções financeiras de um esquema chamado de “rachadinha”, onde funcionários de gabinete devolvem parte dos salários para os políticos. Além da possibilidade de haver funcionários que não prestem serviços ao gabinete na folha de pagamento, conhecido como “funcionários fantasmas”.
O MPRJ solicitou a prisão preventiva por acreditar que Queiroz estaria fugindo das investigações e interferindo na coleta de provas. Os mandados de busca e apreensão, além do de prisão contra Queiroz, foram expedidos pela Justiça do Rio. Na manhã desta quinta feira (18), a Polícia Civil também fez buscas em um imóvel que seria de uma funcionária ligada à família de Bolsonaro, no Rio de Janeiro. O presidente possui um imóvel na mesma rua em que houve a operação.
O advogado Frederick Wassef, que comanda a defesa de Flávio Bolsonaro no caso em que envolve Queiroz e o presidente Jair Bolsonaro no caso Adélio Bispo, já havia dito em entrevista à revista Veja, em 2019, que não conhecia Queiroz. “Não o conheço, nunca o vi. Eu nem vou ao Rio de Janeiro. Eu gostaria, na verdade, que ele aparecesse”. Segundo informações do caseiro do local, onde o ex-motorista e ex-assessor foi preso, ele estaria morando no imóvel há cerca de 1 ano, de acordo com informações da Rede Globo.
Queiroz, Marielle Franco e a família Bolsonaro
Fabrício Queiroz é amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 80. Sendo que, Queiroz é apontado como o elo entre milicianos e a família Bolsonaro. Queiroz era amigo de Adriano da Nóbrega, desde 2003, quando serviram juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ). Nóbrega era acusado de comandar um grupo de execução no estado. Segundo a coluna do Leonardo Sakamoto, em dezembro de 2019. “Mas o que era inicialmente uma investigação de corrupção envolvendo o ‘homem de rolo’ de confiança do presidente, seu filho primogênito e a primeira-dama (que recebeu depósitos de Queiroz em sua conta, fato que seu marido alega ser devolução de empréstimo), ganhou outras cores devido à relação do ex-assessor com milicianos. O mesmo ‘Escritório do Crime’ apontado como executor da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes estava conectado ao gabinete de Flávio graças a ele. Esse é o elefante na sala que muita gente finge que não vê’, escreveu o jornalista em sua coluna no Uol.
Ronnie Lessa, Élcio Queiroz, Mad, Leléo e Macaquinho são acusados de participação em crimes de execução a mando, matadores de aluguel. O “Escritório do Crime”, grupo antigo de agentes das forças de segurança que atuam na região de Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro, há pelo menos 20 anos. Sendo que, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-oficial do Bope, era apontado como chefe da organização criminosa por Beto Bomba, conforme aponta matéria do Brasil de fato.
Conhecido como Capitão Nóbrega, Adriano foi morto em uma troca de tiros com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Bahia, com apoio do setor de inteligência da Polícia Civil do Rio, no dia 9 de fevereiro deste ano.
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