Estudo alerta para riscos do excesso digital e aumento de suicídios entre adolescentes

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O uso excessivo de redes sociais está diretamente ligado ao agravamento da crise de saúde mental e ao aumento das taxas de suicídio entre adolescentes. É o que revela o relatório anual da organização internacional KidsRights, elaborado em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda.

O estudo, divulgado neste mês de junho, aponta que uma em cada sete crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos, enfrenta algum transtorno relacionado à saúde mental. Os dados são respaldados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que também registra uma taxa alarmante de suicídios: seis a cada 100 mil adolescentes de 15 a 19 anos tiram a própria vida todos os anos.

O uso excessivo das telas acarreta uma série de problemas, entre eles: ansiedade, problemas na visão, dificuldade para dormir e afeta a interação social da criança.
O uso excessivo das telas acarreta uma série de problemas, entre eles: ansiedade, problemas na visão, dificuldade para dormir e afeta a interação social da criança.

O documento alerta que o impacto das redes sociais na saúde mental de jovens atingiu um ponto crítico. Segundo Marc Dullaert, fundador e presidente da KidsRights, “a expansão descontrolada das plataformas de mídia social, que priorizam o engajamento e o lucro em vez da segurança infantil, agrava a situação”. Ele ressalta que governos de todo o mundo estão lutando para enfrentar uma crise digital que está redefinindo a infância.

O relatório evidencia que o excesso de tempo conectado, a exposição constante a padrões irreais, cyberbullying e a cultura da comparação geram efeitos devastadores, especialmente entre meninas, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+ e jovens de contextos periféricos, que já lidam com múltiplas vulnerabilidades sociais.

Dados complementares da OMS indicam que transtornos como ansiedade, depressão e automutilação vêm crescendo aceleradamente na última década, com uma forte associação ao aumento do tempo gasto nas redes, especialmente após a pandemia de Covid-19.

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Os especialistas que assinam o relatório destacam que, embora a tecnologia tenha papel importante na educação e na comunicação, a falta de regulação, somada aos algoritmos que priorizam conteúdos sensacionalistas, violentos ou que reforçam padrões estéticos e comportamentais, têm impacto direto na saúde mental de crianças e adolescentes.

O estudo faz um apelo global para que governos, empresas de tecnologia, escolas e famílias atuem de forma conjunta e urgente na criação de ambientes digitais mais seguros, além de ampliar o acesso a serviços de saúde mental para crianças e adolescentes.

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