Uma escola particular de Varginha, cidade a 295 km de Belo Horizonte (MG), postou uma foto de uma professora com “Black Face” e apagou a postagem após repercussão negativa nas redes sociais. A publicação foi realizada na quarta-feira (27) e apagada no dia seguinte, quinta-feira (28).
Com a pele pintada e a peruca com cabelos crespos, a professora apareceu na sala de aula de uma turma de educação infantil. De acordo com a escola, a intenção era homenagear a Superiora da Congregação, Irmã Marina Andrade e que a professora interpretou a personagem “Bonequinha Preta” para os estudantes.
Após a publicação, seguidores da escola questionaram a atitude da instituição e condenaram a postagem. “Isso é inadmissível, ainda mais vindo de um colégio. Atitudes como essa não me representam, considerando meus privilégios de mulher branca”, comentou uma das seguidoras. “Completamente sem noção. Em pleno século XXI ainda fazerem esse tipo de ‘teatro/apresentação’! Lamentável!”, escreveu outro seguidor.
Em nota, o colégio Santos Anjos se desculpou e disse que “não tolera quaisquer atitudes de discriminação e que a atividade teve por objetivo ilustrar a personagem da obra literária, sem qualquer ideia ofensiva ou discriminatória”, afirma a nota. “A Direção Administrativa e Pedagógica abriu Procedimento Interno, com objetivo de esclarecer o ocorrido e se compromete a promover novas e intensificar campanhas e palestras sobre o tema”, completa.
O Conselho de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil repudiou o ato do colégio. “É ofensivo porque prega o estereotipo da pessoa preta. Surgiu nos Estados Unidos como uma forma de entreter as pessoas brancas. Então, as pessoas se vestiam de preto. É totalmente racismo e discriminação enorme para a pessoa preta ver alguém que é uma pessoa branca vestido de preto. Por isso temos que repudiar qualquer ato que ainda aconteça nos dias atuais”, afirmou a Conselheira Municipal de Igualdade e Promoção Social, Érika Tobias.
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