Embaixatriz questiona abordagem policial com seu filho: “Como você aponta armas para a cabeça de meninos?”

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A embaixatriz do Gabão Julie-Pascale Moudouté, mãe de um dos jovens negros que foi parado por policiais militares em Ipanema, na Zona Sul do Rio, na última quarta-feira (04), diz estar chocada com a abordagem dos agentes. Um vídeo que viralizou, mostra o momento em que os adolescentes foram colocados na parede e revistados.

Como que você vai apontar armas para a cabeça de meninos de 13 anos, como que é isso? Mesmos nós adultos, você me aborda, você me pergunta primeiro. E depois você me diz porque você está me abordando“, questiona Julie-Pascale Moudouté, em entrevista ao Rj2. O filho de Julie estava com outros jovens que também são filhos de diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso.

Ainda indignada, ela dispara: “Mas você não sai com uma arma e me manda colocar a mão na parede. A gente confia na Justiça brasileira e a gente quer justiça, só isso”.

PMs abordam jovens filhos de diplomatas no Rio de Janeiro Foto: Reprodução

Os três filhos de diplomatas estavam na Rua Prudente de Moraes, acompanhados de outros dois meninos brancos, que são brasileiros. A família de um deles diz que a polícia foi racista. Nas redes sociais, a mãe do adolescente branco que estava com o grupo, Raiana Rondhon, fala sobre a forma como o filho dela foi tratado de forma diferente durante a abordagem.

As imagens, os testemunhos e o relato das crianças são claros!! Não há dúvida!! A abordagem foi RACIAL e CRIMINOSA!! Há anos frequentamos o Rio e nunca presenciei nada parecido no quadradinho de Ipanema com meus filhos. É um lugar aparentemente seguro. Depende pra quem!!!“, escreveu.

O Ministério das Relações Exteriores foi notificado e os consulados no Rio já estão intervindo. Ela destacou que a abordagem sem dúvida teve motivações raciais.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, os policiais envolvidos terão as câmeras corporais verificadas para constatar se houve algum excesso por parte dos agentes, e que os policiais recebem formação especial de direitos humanos.

Em todos os cursos de formação, a Secretaria de Estado de Polícia Militar insere nas grades curriculares como prioridade absoluta disciplinas como Direitos Humanos, Ética, Direito Constitucional e Leis Especiais para as praças e oficiais que integram o efetivo da Corporação“, afirma a corporação.

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