Polícia do Ceará diz que loja Zara usava código para ”alertar” entrada de clientes negros

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A questão do código veio como resultado da investigação aberta pela Polícia Civil sobre o caso da delegada Ana Paula Barroso, diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis. Ela sofreu racismo em 14 de setembro na Zara do Shopping Iguatemi sendo barrada de entrar na loja. Na ocasião, a Polícia indiciou Bruno Filipe Simões Antônio, gerente da loja por crime de racismo. Segundo a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), o suspeito poderá pegar de um à três anos de reclusão e pagar multa, e a loja pode sofrer punição cível.

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Embora a loja negue a acusação de racismo, o delegado–geral informa ter identificado uma ex-funcionária que confirma a existência do código. Ela afirmou: “Isso era um comando que era dado pra que todos os funcionários da loja ou pelo menos alguns a partir de então começassem a observar aquela pessoa não mais como consumidor, mas como suspeito em potencial que precisava ser mantido sob vigilância da loja”.

Outras testemunhas também foram ouvidas, entre elas, uma mulher de 27 anos que viveu situação similar em junho deste ano na mesma loja, além de duas ex-funcionárias que relataram casos de assédio moral e discriminação na relação com possíveis clientes.

A Zara, no entanto, declara que a abordagem não teve motivação racial, apenas seguiu protocolos de saúde. Ela ainda emitiu a seguinte nota sobre as investigações:

A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa. A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos.

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