O Rock in Rio inicia hoje seu segundo final de semana com grandes apresentações musicais espalhados por diversos palcos. O cantor Dughettuse apresenta na tarde de hoje no Espaço Favela,com uma camisa de crochê com 80 buracos. A peça foi feita pela figurinista Vivi Cunha, de Madureira. Os furos representam os 80 tiros disparados por militares que atingiram o carro de uma família em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro, em abril deste ano, matando o musico Evaldo dos Santos Rosa e o catador Luciano Macedo.
“Não é para criar polêmica ou me promover. O que está por trás dos furos além da morte, que já sabemos que ela existe? Eu sou preto. A cada sete minutos morre um cara como eu. E sou cria de Guadalupe, ou seja, poderia ter acontecido comigo ou com meus amigos. Depois dos 80 tiros, quantas histórias de violência urbana já tivemos? Temos que cortar esse sangramento, “explica Marcello Silva, o Dughettu em entrevista para o jornal Extra.
(foto: Tick Oliveira/divulgação)
Dughettu, que comemora 10 anos de carreira, se mostra animado com o show que contará com músicas autorais, homenagens, protestos e lançamento do single “A prova”, inspiração para o figurino.
“Meu show é um manifesto poético sobre a violência urbana. É tudo traduzido nas minhas músicas. Estou amarradão com o Rock in Rio” afirma Dughettu
As apresentações no palcos do Rock in Rio, são reflexos da força e da popularidade do rap e hip hop no Brasil. Além de Dughettu, no primeiro dia da segunda semana do evento, ainda rolam apresentações de Emicida, Rael, Agir, Baco Exu do Blues e do duo franco- cubano Ibeyi.
Não consigo entender cantores e artistas negros que se apresentam em grandes palcos e não fazem nenhuma referência a luta negra! Alô Iza ou Isa e CIA acordem! Dá um salve por aê! Dá para ganhar sua graninha e sustentar a sua família sem pagar de alienada!