A reclamação com mais incidência é o toque vaginal inadequado
Dados da segunda edição da mais importante consulta sobre parto e nascimento do Brasil da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam que aproximadamente dois terços das mulheres do Rio de Janeiro deixarão a Pesquisa Nascente no Brasil 2 por sofrerem menos de um tipo de violência obstétrica durante o parto. O toque vaginal inadequado é a forma mais frequente de violência, sofrida por 46% das participantes. Logo após, histórias de negligência, sofridas por 31%, e de abuso psicológico, por 22%.
A maioria das mulheres vítimas de toque vaginal inadequado sabe que é errado, sem explicação ou consentimento. Há também inúmeras histórias de toque vaginal realizado em privacidade. Os relatos mais frequentes de negligência levam a longas esperas por atendimento e à sensação de serem ignoradas pela equipe hospitalar. Na categoria de abuso psicológico, o destaque é para o número de mulheres que são repreendidas ou que vivenciam alguma inadequação profissional.
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O estudo também aponta que não há violência no parto vaginal, mas as mulheres ficam em contato com os profissionais de saúde por períodos mais longos. O suplemento sobre a situação do Rio de Janeiro foi lançado com informações sobre 1.923 mulheres, internadas em 29 maternidades, públicas, privadas e mistas, de todas as regiões do estado, entre 2021 e 2023. Os dados completos sobre o país serão divulgados no ano que vem.