O dia seguinte ao Natal marca o retorno quase imediato à rotina para milhões de brasileiros. Embora o feriado nacional seja celebrado em 25 de dezembro, a maioria dos trabalhadores volta às atividades já no dia 26, especialmente nos setores de comércio, serviços, transporte e limpeza urbana, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), mais de 70% dos ocupados no país atuam em atividades de serviços e comércio, áreas que mantêm funcionamento regular logo após o feriado. Nessas áreas, o descanso prolongado é exceção, concentrado sobretudo em trabalhadores com vínculo formal no setor público ou em grandes empresas.
O comércio, por exemplo, reabre com força total no dia 26, impulsionado pelas liquidações pós-Natal. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que a estratégia busca reduzir estoques e recuperar margens após um período de vendas concentradas. Na prática, isso exige mão de obra ativa logo no primeiro dia útil após a data comemorativa.
Além da retomada do trabalho, o pós-Natal também inaugura uma fase de maior pressão financeira. Dados da CNC indicam que cerca de 75% das compras de fim de ano são realizadas de forma parcelada, principalmente no cartão de crédito. Com isso, muitas famílias iniciam o período pós-festas já comprometendo parte da renda de janeiro.
O endividamento é um fator central nesse cenário. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias endividadas costuma crescer nos meses seguintes ao Natal, refletindo gastos com presentes, alimentação e deslocamentos.
Assim, o dia 26 de dezembro funciona como um divisor simbólico. Enquanto o imaginário do Natal remete a pausa e celebração, a realidade mostra que, para a maior parte da população, o retorno ao trabalho é imediato e o impacto econômico da data se estende pelos meses seguintes.
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