De acordo com dados do Relatório Anual do Desmatamento (RAD), compilado pela iniciativa Mapbiomas e publicado na última quinta-feira (15), o ritmo do desmatamento caiu em todos os biomas do país em 2024, a primeira vez desde que o monitoramento iniciou em 2019, pelo RAD. Houve uma queda de 32,4% da área total devastada no Brasil.
Em 2023 foram 1,24 milhão de hectares desmatados. Mas além disso, os dados também monitoram o desmatamento em Terras Indígenas, e de acordo com os dados, em 67% dela, não houve qualquer evento de desmatamento no período analisado.

Apesar do dado promissor, o desmatamento ainda continua, com o Cerrado sendo o bioma mais afetado pelo desmatamento, com a perda de 652.197 hectares, quase o tamanho da superfície da Grande São Paulo. Ele ocupa essa posição pelo segundo ano consecutivo.
Mas o Cerrado, que ocupa a segunda maior área do país e cobre principalmente o Planalto Central, registrou uma queda de 41,2% no desmatamento ano passado, diferente de 2023, que havia registrado um aumento. Mas quando avaliadas as cidades com mais desmatamento, no ranking das dez cidades, a campeã fica no Cerrado.
“São Desidério, na Bahia, ocupa esse posto pelo segundo ano consecutivo. Nesta cidade, o único vetor de pressão do desmatamento é a agropecuária“, explica Roberta Rocha, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que integra a iniciativa Mapbiomas. Segundo ela, nessa cidade o motor por trás da destruição de 1.800 km² no município em 2024.
Ainda de acordo com dados do relatório do MapBiomas, a agropecuária foi responsável por mais de 97% da perda de vegetação nativa brasileira nos últimos seis anos.
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