Deslizamento de terra em Manaus deixa saldo de 8 mortos

Um deslizamento de terra no bairro Jorge Teixeira, região Leste de Manaus (AM), deixou pelo menos oito pessoas mortas no último domingo (12). As buscas seguem nesta segunda-feira (13) e, entre as vítimas estão mãe e filha que foram encontradas abraçadas sob os escombros.

Ao todo, até o momento, foram registrados os óbitos de quatro adultos e quatro crianças e nove casas foram atingidas, segundo o Corpo de Bombeiros do Amazonas. Na operação forma utilizados 44 Bombeiros, além de agentes das polícias Civil e Militar, da Defesa Civil, psicólogos e assistentes sociais.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) esteve no local, junto do governador do Estado, Wilson Lima (UB) na manhã desta segunda-feira para avaliar os estragos causados pelas chuvas. Segundo o prefeito, a Defesa Civil Municipal não recebeu nenhuma chamada da região.

“Foram 110 chamadas durante o domingo, mas nenhuma foi desse ponto. Segundo relato dos moradores, não teve ocorrência pela parte da tarde. A informação é que o acúmulo de lixo, com o grande volume de água, acabou causando essa tragédia”, afirma.

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O bairro é um dos mais populosos de Manaus e o governador disse que, mesmo com as dificuldades de acesso, tenta buscar soluções para a situação. “É um local de difícil acesso, muito complicado chegar com equipamento, mas já estamos com iluminação e vamos trazer mais suporte para auxiliar nas buscas”, analisa.

Histórico

Em fevereiro deste ano, o litoral Norte do Estado de São Paulo também sofreu com deslizamentos de terras. A Vila Sahy, comunidade localizada na cidade de São Sebastião foi a mais atingida, totalizando 64 mortes.

A falta de políticas públicas para atender as demandas da população negra e periférica que vivem em áreas de risco ambiental – como nos locais atingidos por deslizamentos de terra no litoral Norte de São Paulo – é uma opção das administrações públicas e demonstra racismo ambiental. A avaliação é de especialistas de organizações da sociedade civil, como o Greenpeace. 

“[O racismo ambiental] está muito ligado à segregação e exclusão em relação ao direito de ter o meio ambiente de determinada região equilibrado. A gente observa a escolha política, o critério para definir locais que vão ter políticas públicas. E elas não conseguem chegar sempre à população dos morros, negra e periférica”, afirma Rodrigo Jesus, da Campanha Clima e Justiça, do Greenpeace.