Em 2015, a designer baiana Geórgia Nunes precisou comprar bonecas negras para uma ação da qual participaria. Ela encontrou somente um tipo de boneca. Após pesquisar, constatou que a porcentagem de bonecas negras no mercado era muito baixa. Então, teve ideia de criar uma boneca que pudesse inspirar crianças negras.
Assim surgiu a Amora, uma boneca preta que usa turbante, cabelo black power e roupas africanas. Inicialmente, Geórgia pretendia confeccionar as bonecas apenas para a doação. Porém, viu a necessidade de transformar a Amora em um negócio social, com objetivo de levar representatividade por meio de brinquedos.
Visando alcançar crianças das escolas públicas, lançou o projeto ‘Mais que Brinquedo, Representatividade’. O projeto promove os eventos gratuitos ‘Eu brinco, Eu existo’. Nesses eventos contadores de histórias dialogam com as crianças por meio da boneca Amora. Abordam temas como igualdade, diversidade étnica, estética e cultura afro. A cada boneca vendida, outro brinquedo afirmativo é doado para as crianças das escolas públicas.
A designer afirma que – “a ideia é que esses brinquedos possam impactar todas as crianças da escola sendo ferramentas lúdico pedagógicas para fomentar discussões como diversidade, identidade, história africana, e que o professor, ou professora possa ser o agente motivador para essas discussões e aprendizados”.
Também são promovidas outras ações afirmativa como oficinas, palestras e bate papos. A intenção é que projeto alcance cada vez mais crianças. A partir de março de 2019, serão realizadas 12 edições do ’Eu Brinco, Eu Existo’. “Existimos para fazer uma mudança no mundo e a mudança que queremos ver é um mundo com mais representatividade, mais respeito às diferenças e mais diversidade”- diz Geórgia.