A criação de uma Delegacia especializada no combate a Intolerância Religiosa foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), nesta quarta-feira, 23. O projeto do deputado Renato Roseno (PSOL) prevê que a delegacia tenha como finalidade combater todos os crimes praticados contra pessoas, entidades ou patrimônios públicos ou privados cuja motivação seja o preconceito ou a intolerância de natureza religiosa no Ceará. De acordo com o parlamentar, a iniciativa é importante para acolher todos que tenham sofrido discriminação ou violência religiosa.
“Sabemos que no Brasil atual a intolerância religiosa e o racismo religioso recaem mais sobre as religiões de matriz africana. Por nossa experiência na Comissão de Direitos Humanos, há muitos casos, especialmente no interior do Estado, de racismo religioso e intolerância religiosa.”, completou o parlamentar, de acordo com informações do jornal O POVO.
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Casos de intolerância religiosa têm acontecido em diversas regiões do país. Neste mês, no Rio de Janeiro, um homem que estava na sacada de uma casa é acusado de efetuar seis tiros em direção a um cortejo para Iemanjá, na Praia da Bica, na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade. De acordo com a denúncia dos fiéis, além dos disparos, foram feitos ataques verbais ao grupo com palavras como “macacos”, “macumbeiros” e “demônios”. Ainda segundo testemunhas, o agressor foi orientado pelo filho a jogar a arma no chão ao perceber que estava sendo filmado. Outro caso foi no sul da Bahia, com integrantes do terreiro Logun Edé, localizado no bairro Juca Rosa, em Eunápolis. De acordo com informações do G1, o local foi alvo de dois ataques consecutivos. Na segunda, 14, o terreiro recebia um grupo de filhos de santo, por volta das 21h, quando os adeptos da religião de matriz africana perceberam que o assentamento de Exu, que já havia sido vandalizado no dia anterior, estava totalmente destruído.
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