Editais de fomento a cultura terão cotas para negros, indígenas e PCD

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Rio de Janeiro (RJ), 10/07/2023 - A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidenta da Funarte, Maria Marighella, lançam o Funarte Retomada: Programas de Fomento da Política Nacional das Artes. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) lançou o projeto “Funarte Retomada”, no Rio de Janeiro, nesta segunda (10), apresentando os programas de fomento a cultura com a novidade de “cotas para grupos específicos” – pessoas negras, indígenas e com deficiência – nos editais. Durante o evento houve um coletiva com a ministra da cultura, Margareth Menezes, e com a presidenta da Funarte, Maria Marighella.

De acordo com a Funarte, os editais reservarão o mínimo de 20% para projetos de pessoas negras, mínimo de 10% para projetos de indígenas e mínimo de 10% para projetos de pessoas com deficiência. Estão previstos investimentos de R$ 52 milhões para iniciativas nas artes visuais, circo, dança, música e teatro. Os projetos serão possibilitados devido a Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidenta da Funarte, Maria Marighella, lançam o Funarte Retomada: Programas de Fomento da Política Nacional das Artes. /Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Após a apresentação do projeto e das falas da ministra e da presidenta da Funarte, os jornalistas e o público puderam fazer perguntas. Maria Marighella foi questionada pelo Notícia Preta sobre a abrangência dos programas e sobre a possibilidade de qualificar o acesso do cidadão de baixa renda a cultura.

Uma provocação maravilhosa. Não há nenhuma previsão nesse sentido que você pergunta, ou seja, se do ponto de vista do acesso há uma política pra quem acessa. Uma das políticas mais emblemáticas que o Brasil produziu, é justamente o vale cultura, ou seja aquele vale pro trabalhador, que pode a partir daquele cartão consumir determinados eventos“, respondeu a presidente da Funarte.

Entretanto Maria Marighella não rechaçou essa possibilidade, e explicou que a cultura passa por uma reformulação e a nova gestão encontrou “terra arrasada“, mas que “essas políticas precisam ser incorporadas”, e já estão sendo pensadas.

O ator Hilton Cobra, representando o Fórum Nacional de Performance Negra, fez considerações e reivindicações durante sua pergunta e colocou que a população negra representa 53% da população brasileira e é sub-representada nos espaços de cultura e por isso cobrou o aumento de 20% para 40% das vagas nos editais públicos.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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