Criado há 30 anos, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais elege a sua primeira mulher negra diretora
Formada em advocacia pela faculdade Zumbi dos Palmares, Ester Rufino foi eleita a primeira mulher negra diretora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Aprovada por unanimidade pelos associados, Ester vai compor a diretoria de segurança Pública do instituto entre os anos de 2021/2022.
A eleição de Ester se deu após mudança estatutária e aprovação por unanimidade de 20% de cotas para negros integrarem a diretoria e o conselho consultivo da instituição. A proposta foi idealizada pela advogada Juliana Souza Pereira, ex-coordenadora chefe do departamento de concessão de bolsas.
Em entrevista ao Universa- UOL , Ester disse que a mudança no estatuto foi uma virada de chave importante, pois se não tivesse acontecido isso as mulheres negras não chegariam a esse cargo. “Haviam mulheres negras chefes de departamento, como a advogada Juliana Souza, eu mesma era coordenadora adjunta do Departamento de Concessão de Bolsas de Estudos e Desenvolvimento Acadêmico. E tinha o professor Silvio Almeida”, explica. “Mas se não tivesse uma mudança, já que para diretoria teria que ter pelo menos 10 anos de casa, as mulheres negras não seriam contempladas tão cedo,” comenta.
A intenção de Ester é olhar para as políticas públicas do estado para a população negra, junto com as questões de gênero. Aliado a tudo isso vai trabalhar em prol de promover ações relacionadas ao encarceramento em massa, à prisão de inocentes por falta de julgamento correto, às prisões femininas e à violação das mulheres encarceradas, pretas e pobres.
“Sou uma ativista da sociedade civil que agora está dentro de uma gestão estatutária para pensar sobre a violência contra a mulher negra, os encarcerados. É algo histórico para o Instituto”, diz
Ester adiantou que existe planos de convênio para letramento racial dos guardas municipais de São Paulo.
Parabéns