“Continuo tomando chicotada, continuo sendo amarrada no tronco”, desabafou Maria Nazaré Paulino ao Fantástico, após ser vítima de racismo na região centro sul de Belo Horizonte por um motorista de aplicativo.
Na última quarta-feira (20), mais um caso de racismo viralizou nas redes sociais. Dessa vez o alvo do racismo foi a consultora jurídica Maria Nazaré Paulino, moradora de Belo Horizonte.
A consultora conta que tinha saído de um evento profissional e solicitou um carro aplicativo, porém quando o carro chegou o motorista se negou a abrir a porta. Maria Nazaré, tentou comprovar para o motorista que ela que tinha feito o chamado, mostrando o aplicativo no celular. Ele então abriu a janela e disse que o carro dele não carregava preto vagabundo e que não ia levar pessoas da cor dela.
Ainda muito abalada, Maria Nazaré fez um vídeo contando como ficou ferida com as ofensas feitas por esse motorista. Ela pede para as pessoas brancas imaginarem como tal atitude fere. “Apesar de muito reativa, eu fiquei muito assustada e não tive reação, estou compartilhando esse vídeo para que não aceitamos esse tipo de situação “, disse.
Em entrevista ao Fantástico, Maria Nazaré disse que a chicotada foi no lombo da alma, que se sente ferida por dentro. “ Continuo tomando chicotada, continuo sendo amarrada no tronco” desabafou.
Maria Nazaré fez a denúncia pelo Dique Denúncia 100 e prestou depoimento na Polícia Civil na última quinta-feira (21). Segundo o advogado William Santos o crime sofrido pela consultora jurídica pode ser classificado como racismo, pois o motorista atingiu a coletividade ao dizer que não levava pessoas negras no carro dele.
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito e vai ouvir os envolvidos nessa semana.
Em nota enviada ao G1 a Uber informou que “possui uma política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo. A Uber busca oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis a todos. A empresa reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o app. A empresa se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações”.