A Historiadora Brasileira e mestre em História da África, Carolina Morais, participou da World Conference on Education and Restitution em Ghana, na África Ocidental para discutir educação e cultura iorubá nas salas de aula. O convite veio da Embaixadora de Ghana no Brasil, Abena Busia, com o objetivo de apresentar um panorama sobre os desafios do ensino da filosofia e da cultura iorubá nas salas de aula.
O World Conference on Education and Restitution é um evento de 3 dias, que visa discutir o desenvolvimento de África através da restituição e reforma educacional. Ele é organizado pela Associação de Universidades Africanas em Accra, capital de Ghana, em parceria com a Unesco e reúne diversas autoridades entre políticos, educadores e pensadores do continente e da diáspora, visando soluções para uma educação de melhor qualidade.
“Uma honra e enorme aprendizado estar na Conferência Mundial de Educação e Restituição aqui em Accra. Como educadora brasileira, historiadora e filha deste solo, poder discutir estratégias em conjunto com doutores e todo o continente africano é muito significativo. Em 2023, completamos 20 anos da Lei 10.639/2003, e o caminho para uma educação antirracista está em conectarmos com a história da África e a África contemporânea”, expõe Carolina.
A Lei 10639/2003 diz respeito à obrigatoriedade da inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo das escolas brasileiras.
Durante os dias de evento, a Historiadora também coordenará algumas ações voltadas para a cooperação turística e a oportunidade de novos negócios entre o Brasil e a Nigéria durante as celebrações pelo bicentenário da independência brasileira que acontecerão entre 06 e 10 de setembro em Lagos, maior cidade da Nigéria.
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“São 200 anos de independência e, ao longo desse tempo, nunca existiu Brasil sem África e seus descendentes. O que estamos fazendo em Lagos não é apenas uma celebração dessa relação Brasil e Nigéria, mas o anúncio de um novo capítulo na história desses dois gigantes econômicos e populacionais. Uma história de desenvolvimento mútuo e colaborativo. Nigéria é o espelho para que a população afro se mire, e o Brasil também pode ser este espelho para os nigerianos. É isso que desejamos, que possamos aprender um com o outro”, conclui.
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