Conceição Evaristo será a primeira mulher negra a ter título de Doutora Honoris Causa pela UFPR

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A escritora Conceição Evaristo vai receber o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A decisão foi tomada por unanimidade, pelo Conselho Universitário da instiuição, o que torna a escritora, a primeira mulher negra o título, na UFPR.

Até então, a universidade só concedeu a honraria a 56 para homens, sendo 51 deles brancos, e apenas 6 para mulheres, todas brancas. No documento que aprova a entrega do título a escritora, o conselho destaca a importância de reconhecer os “méritos dessa grande intelectual, artista e figura pública”.

Conceição Evaristo é considerada uma das maiores escritoras brasileiras /Foto: Divulgação

Nesse sentido, torna-se urgente que a Universidade realize essa reparação histórica não apenas na concessão de títulos, mas sobretudo reconhecendo e questionando as regras e dinâmicas sociais, culturais, econômicas e políticas que dificultam os acessos para as mulheres, em especial as negras dentro e fora do mundo acadêmico“, também aponta o relato do Conselho da UFPR.

A iniciativa também pretende refletir sobre “as dificuldades encontradas pelas mulheres, em especial as negras e periféricas, em serem reconhecidas pelo seu trabalho intelectual, visto que Conceição Evaristo demorou 44 anos para publicar sua primeira obra e mais 30 anos para alcançar visibilidade“.

A escritora, que possui o título de mestre em Letras-Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), além de ter vencido o prêmio Jabuti de Literatura em 2015, na categoria “Contos e Crônicas” com a obra “Olhos d’água”, e recentemente ter se tornado “imortal” da Academia Brasileira de Cultura (ABC), terá também o título de Doutora Honoris Causa, concedido a pesquisadores que “contribuíram decisivamente para construção do conhecimento em sua respectiva área“.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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