Criado em 2017, por moradores de Parada de Lucas, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, o Movimento Liberdade Ativa promove atividades culturais na comunidade. O coletivo, independente e sem fins lucrativos, é resultado da união dos fundadores Caio Almeida, Danieli Duarte, William Rodrigues (Will Aula), Diogo Oliveira e Ayesca Mayara. O primeiro evento organizado pelo movimento foi a Roda Cultural, com objetivo de propagar cultura e informação para seus frequentadores. Vários rappers cariocas já participaram da roda.
Diante da resposta positiva do público, o MLA lançou outros projetos como as aulas de passinho de funk para as crianças, campanhas de coleta de livros e feira literária. Um dos eventos de maior sucesso é Feira Funk, que exalta a cultura Funk e o Life Style Favela. Todos os projetos são gratuitos e abertos não somente para os moradores de Parada de Lucas, mas também para pessoas de outras localidades.
Um dos representantes do grupo, Caio Almeida explica que a função do coletivo é fazer um trabalho de integração. “A ideia do Movimento Liberdade Ativa já surgiu disso, de acabar com essa bolha que existe dentro das comunidades cariocas. Onde um morador não vai nas outras comunidades. É importante os eventos serem gratuitos e sempre frisando isso, aberto a todos, todos mesmo. Quando a gente fez nosso campeonato de futebol (Taça do Chocolate), veio times que a gente não esperava, de outras comunidades, para jogar nosso campeonato. A ideia é os eventos serem abertos, serem gratuitos justamente para integrar as pessoas”.
Além do incentivo cultural, uma das missões do movimento é contribuir para que os moradores da comunidade desenvolvam o senso de responsabilidade social.
“Tentamos ampliar isso ao máximo com rodas de debate, a gente tenta trabalhar o senso de pertencimento. O grande mal que a gente enxerga, entre os nossos mesmo, é a falta de pertencimento. A galera não se sente pertencente, ela não acha que aquela praça é dela. O movimento veio para isso, a gente veio para valorizar o lugar aonde a gente está, onde a gente mora. A gente veio mostrar que lugar de lixo não é no chão; que a rua, o beco ou a viela não é só sua. Lugar de lixo é na lixeira, por isso montamos as lixeiras. Somos um coletivo que apoia toda e qualquer ação social e outros coletivos. Ação direta, é dessa forma que a gente tenta despertar o senso de pertencimento, o senso de que isso é seu. Estourar essa bolha, é dessa forma que a gente trabalha responsabilidade social”- diz Caio.
Outra ação do grupo é mobilizar os jovens das comunidades, para que eles se tornem disseminadores. “Nosso trabalho já surtiu tanto efeito que em Jardim Primavera, na Baixada Fluminense, surgiu uma roda cultural. Os moleques vieram de lá, viram nosso projeto aqui e levaram nosso projeto para lá. Essa roda cultural leva nosso nome, Movimento Liberdade Ativa Roda Cultural de Jardim Primavera. A gente vê nosso projeto se ampliando. Com os garotos da Penha foi a mesma coisa. Os moleques vieram, olharam, se espelharam e tomaram a iniciativa de fazer na área deles. Essa é a ideia do Movimento Liberdade Ativa, são os multiplicadores”.