Cerca de 3,2 mil famílias de comunidades tradicionais de pescadores são atingidas por conflitos socioambientais, diz relatório

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O CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras) divulgou o 3º Relatório de Conflitos Socioambientais e Violações de direitos humanos em comunidades tradicionais pesqueiras no Brasil, na última terça-feira (01). A pesquisa, feita entre 2022 e 2024, com 450 comunidades pesqueiras e documentos, identificou que cerca de 3,2 mil famílias em 16 estados sofreram com 85 conflitos socioambientais.

O maior conflito apresentado é a negligência na garantia de direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais por parte do poder público (71,4%) , seguido pela especulação imobiliária (53,1%)  e privatização de áreas.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Muitas dessas comunidades estão buscando a regularização dos seus territórios junto aos órgãos competentes. Os maiores causadores de conflitos são as empresas e agentes privados. Houve aumento significativo de lideranças femininas, 49% das comunidades tinham ou já tiveram nos últimos 10 anos . As mulheres são as mais afetadas nos conflitos por estarem à frente destas comunidades.

O maior impacto notado foi a diminuição da quantidade de pescado, que causa problemas financeiros, além da diminuição das espécies e a poluição.

Os conflitos gerados também causam, além da destruição do espaço e da renda dessas comunidades, o aumento da violência, onde 55% das comunidades vivenciaram este aumento da violência.

Os crimes mais enfrentados pelas comunidades são os crimes ambientais e o racismo ambiental, além da perda do território de maneira abrupta.

As comunidades enfrentam em base diária grandes empresas do agronegócio, hidrelétricas, empresas do mercado imobiliário, para manter a suas existências e ainda lidam com a negligência por parte de políticas públicas que protejam os pescadores e sua fonte de renda.

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França Leal

França Leal

Nascida em Guarulhos - SP, França é formada em Marketing em 2019 e com pós-graduação em Comunicação e Marketing em 2022. Como colaboradora voluntária, atua também no site de cultura LGBTQIAP+ voltado para mulheres LesBOut desde 2020.

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