A pandemia da COVID-19 não apenas expôs problemas sociais no país como também os acentuou. De acordo com o relatório anual de 2020, divulgado nesta terça-feira (11) pela Agência Federal Antidiscriminação (ADS na sigla em inglês) da Alemanha, o número de casos relativos a discriminação racial relatados no país registrou um aumento de 78% nas solicitações de suporte. O último relatório da Agência aponta a pandemia como a principal causa de discriminação, marginalização social e racismo.
Em 2020, o número total de solicitações de suporte judiciário inicial para casos de discriminação passou de 3.580 para 6.383. Em particular, os pedidos de suporte por causa da discriminação “com base na origem étnica, ou por motivos racistas”, como diz o relatório, aumentaram significativamente e chegaram a 2.101 solicitações, enquanto, em 2019, forma 1.176. O chefe interino da Agência Federal, Bernhard Franke afirmou: “Nunca vimos um aumento tão drástico nos pedidos de suporte“.
A tendência de aumento das denúncias de discriminação racial se intensificou em 2000, ano do atentado em Hanau quando Alberto Adriano, um homem negro moçambicano que vivia na Alemanha foi espancado até a morte por um grupo neonazista. Casos de discriminação relacionados a COVID-19 tem sobrecarregado tanto a Agência que foi necessário interromper o serviço de suporte por telefone temporariamente devido ao grande número de solicitações”, explicou Franke. Aqueles que buscam orientação só podem entrar em contato com o ADS por meio de um formulário de consulta ou por escrito.
Além da COVID, os protestos do Black Lives Matter ano passado tornaram a questão da discriminação racial muito mais visível. De acordo com Eva Andrades, Diretora da Assciação Anti-discriminação da Alemanha (ADVD): “Isso deu um impulso para que mais pessoas entrassem em contato com os serviços de suporte“.