Carlos Lupi pede demissão do Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSS

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Saída de ministro da Previdência Social é a 11ª mudança na Esplanada de Lula desde o início do 3º mandato do petista

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira, 3 de maio, em meio ao escândalo das fraudes no INSS envolvendo descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. A saída foi anunciada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. Lupi ocupava o cargo desde janeiro de 2023.

O caso veio à tona com a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), no final de abril. As investigações identificaram um esquema que permitia a aplicação de descontos em benefícios do INSS por parte de entidades de classe, muitas vezes sem autorização dos beneficiários. O prejuízo estimado pode ultrapassar R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

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Auditorias revelaram que parte das entidades conveniadas ao INSS não apresentou documentação exigida, e a maioria dos aposentados entrevistados declarou nunca ter autorizado os descontos. Mesmo com alertas recebidos em 2023, o Ministério da Previdência só tomou providências concretas no ano seguinte, o que gerou críticas sobre a demora na resposta.

Em publicação nas redes sociais, Carlos Lupi afirmou que seu nome não foi citado nas investigações e que apoiou todas as apurações desde o início. “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, escreveu o agora ex-ministro.

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Para o lugar de Lupi, o governo anunciou o nome de Wolney Queiroz, ex-deputado federal e até então secretário-executivo da Previdência. A nomeação foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União. O novo titular da pasta terá como desafio imediato recuperar a confiança dos segurados e garantir medidas para impedir novos desvios.

Diante da gravidade do caso, parlamentares da oposição protocolaram um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar o esquema. Enquanto isso, o governo federal iniciou uma força-tarefa para suspender os descontos irregulares, rever os acordos com entidades e buscar o ressarcimento dos valores desviados dos aposentados.

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