A Filha Revolta é o projeto musical que lança o primeiro EP da cantora Amanda Rosa no mundo, no próximo dia 6 de agosto. Com músicas que marcaram sua trajetória, Amanda chama o público para conhecer mais camadas desta artista da Chapada Diamantina (BA), que coloca a ancestralidade e a coletividade em tudo que propõe. “A Filha Revolta nasceu com a ideia quase pronta. Faltava alguém pra encarar ele e produzir. Em 2019, retomei os cuidados da cabeça, e em um dos resguardos, acordei na madrugada com a imagem da capa de cd pronta. Essa mesmo, eu com esse penteado e coberta de argila no mato”, revela.
Segundo ela, o projeto traz o relato de vivências muito pessoais. A exemplo da composição que leva o nome do EP, A Filha Revolta, um desabafo escrito para sua mãe no dia 26 de julho, aniversário da mesma e data que celebra-se o orixá Nanã. “Eu escrevi uma carta pra mainha me abrindo pra ela sobre nossas questões, e quando vi, era quase um poema, e esse sim levaria o nome de A Filha Revolta. Aí entra Beatriz, que nesse processo acabou se tornando gestora da minha carreira e é a pessoa que faz andar tudo isso”, afirma.
Amanda lembra ainda sua trajetória e que o disco não havia sido pensado, mas foi escrevendo e gravando, sem pretensão. “Algumas eram poesias e viraram música, outras foram experiências amorosas. No final de 2019 que demos início a esse processo. Organizar o que eu já tinha feito, ver a ligação entre cada música e ‘pimba’, finalizar esse processo. Aí veio minha gravidez, uma série de outras coisas. Mas é tudo no tempo de ‘Tempu’. Deu certo. E consciência ou não, o vídeo de abertura da trilogia saiu no 26 de mainha e Nanã”, celebra.
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Ainda segundo a cantora, a expectativa do disco é justamente liberar uma energia acumulada durante muito tempo para trazer leveza. “Soltar esse EP é como uma golfada artística. O que espero dele é o mesmo que o bebê quando gofa. Tirar o preso, acalmar o estômago e sentir alívio. E é exatamente assim que tenho conseguido caminhar ”, desabfa.
Amanda ainda lembra que, desde o início do processo de criação dos escritos, até os dias de hoje, muita coisa mudou, inclusive ela mesma. “Tem coisas que escrevi há muito tempo, várias coisas em mim mudaram e que bom que mudaram. Eu quero falar não só sobre dor, quero falar sobre cura, retomada de poderes ancestrais, autonomia e movimento. Quero experimentar outras coisas. Mas pra fazer tudo isso, tenho que voltar ao início, desprender aquilo que tá guardado aqui dentro. Conversar com a minha criança interior para seguir. Espero com ele abrir os caminhos para essa nova Chegança, como diria Cabokaji. Em mata fechada adentro com meu facão”, finaliza.
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