Brasil se junta a 32 países e apoia ação da África do Sul para condenar Israel na Corte Internacional de Justiça

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se junta a presidentes de outros países, em apoio a ação apresentada pela África do Sul contra Israel, na Corte Internacional de Justiça. A informação foi confirmada em nota divulgada pelo Itamaraty na última quarta-feira (10). Até o momento, 32 países apoiam iniciativa da África do Sul.

De acordo com a apuração da agência de notícias Reuters, a ação da África do Sul pede que a Corte declare que Israel violou obrigações previstas na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, no território palestino em Gaza.

As tensões entre Israel e Palestina já existem desde 1948, ano de fundação do Estado Israelense, com vários confrontos e guerras desde então. Em outubro de 2023, um ataque inédito do Hamas ao sul do território israelense, deixou 1.140 mortos, segundo contagem da AFP.

Presidente Lula recebendo brasileiros que foram resgatados em Gaza – Foto: Rafael Neddermeyer/Agência Brasil.

Desde então, o novo confronto contabiliza 23.469 mortos e 59.604 feridos no território palestino em Gaza, a maioria mulheres (6,7 mil) e crianças (9,6 mil), de acordo com Ministério da Saúde local. Segundo o corpo armado, 185 soldados israelenses morreram desde o dia 27 de outubro, dia que o exército de Israel entrou no território palestino.

A Corte Internacional de Justiça fica em Haia, Holanda, e foi fundada em 1945 para julgar disputas entre Estados e responde a consultas de órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas (ONU).

Até o momento 32 países apoiam a iniciativa da África do Sul: Egito, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Brasil, Comores, Djibuti, Irão, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Malásia, Maldivas, Marrocos, Mauritânia, Namíbia, Nicarágua, Omã, Paquistão, Palestina, Qatar, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria,Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Iémen.

O comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MRE) revelou que Lula encontrou o embaixador da Palestina: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, depois de decorridos mais de três meses da presente crise”, diz trecho da nota.

Em outro trecho, o MRE afirma o presidente Lula apoia a iniciativa sul-africana para que a Corte Internacional de Justiça “determine” a Israel que cesse atos e medidas que possam constituir genocídio. 

“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”, diz a nota.

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De acordo com o jornal estadunidense New York Times, Israel diz que a ação movida pela África do Sul distorce o significado de genocídio e o propósito da convenção internacional, sobre o tema. Para Israel, a ação deveria ser contra o grupo Hamas, que governa o território palestino de Gaza desde 2007.

Ainda na nota, o MRE afirma que Lula no encontro com o embaixador da Palestina, lembrou que o Brasil condenou de forma imediata os ataques do Hamas. “[O presidente] reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis”, diz trecho da nota.

A nota também relembra o esforço do Brasil para abertura de corredores humanitários e a busca da paz no Oriente médio. “O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, conclui.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) se colocou em oposição a decisão de Lula de apoiar a ação sul-africana na Corte Internacional de Justiça de Haia, e lançou a seguinte nota: “A ação sul-africana é uma inversão da realidade. O conflito atual começou depois das atrocidades dos terroristas do Hamas contra a população de Israel, que matou indiscriminada e barbaramente mais de 1.200 pessoas, no ataque mais mortal contra o povo judeu desde o Holocausto. Israel está apenas se defendendo de um inimigo, ele sim, genocida, que manifesta abertamente seu desejo genocida de exterminar Israel e os judeus”, diz trecho da nota.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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