Bolsonaro ficou com 3º conjunto de joias da Arábia Saudita, afirma jornal

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O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), recebeu da Arábia Saudita um terceiro conjunto de joias de diamante e ouro branco, incluindo um relógio Rolex avaliado em mais de R$360 mil. A viagem de Bolsonaro à Doha, no Catar, e à Riade, na Arábia Saudita, em 2019, rendeu mais um presente do Oriente Médio ao ex-presidente.

O terceiro “mimo” foi uma caixa com um relógio Rolex, abotoaduras, uma caneta Chopard, anel e uma espécie de rosário árabe. Os bens, avaliados em mais de R$500 mil, permaneceram com Bolsonaro após sua saída da presidência, segundo apuração feita pelo jornal Estado de São Paulo.

Bolsonaro se encontrou com o Rei da Arábia Saudita, Salman Bin Abdulaziz Al Saud, em 2019 – Foto: Jacques Witt/AFP

A terceira caixa com presentes teria sido entregue em mãos, ao próprio Jair Bolsonaro, após almoço com o rei saudita Salman Bin Abdulaziz Al Saud. No caso dos outros pacotes, as joias avaliadas em mais de R$16,5 milhões, retidas pela Receita Federal por questões legais, e a caixa que veio na bagagem da comitiva que foi ao Oriente Médio em 2021, Bolsonaro não recebeu diretamente.

O ex-presidente ordenou que os itens fossem guardados no acervo privado da Presidência, conforme a reportagem do Estadão. Isso foi registrado no dia 8 de novembro de 2019, pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.

Segundo o mesmo documento, o presente não houve intermédio para entrar no Brasil e Bolsonaro teve contato com a caixa. Três anos depois, em 6 de junho de 2022, um novo formulário foi instituído para que os itens fossem “encaminhados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro”, o que aconteceu dois dias depois, segundo o Estadão.

Entenda

Em outubro de 2021, o ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Bento Albuquerque, retornou ao Brasil de uma viagem oficial à Arábia Saudita com joias femininas na bagagem. Segundo o ministro, eram presentes do governo saudita para Michelle Bolsonaro, que, somados, chegavam ao valor de R$16,5 milhões.

As joias estavam na mochila de um assessor do então ministro, que, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tentou passar pela alfândega na fila da Receita Federal de “nada a declarar”. Entretanto, de acordo com a lei, ele deveria ter declarado os itens e pago uma taxa de 50% sobre o valor das joias, ou seja, R$8,25 milhões.

O valor não foi pago e a Receita apreendeu as joias. Ainda assim, o governo Bolsonaro tentou, pelo menos 8 vezes, reaver os itens sem pagar a taxa, acionando tanto a chefia da Receita como outros ministérios. Como o valor não foi pago, as joias não foram devolvidas.

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Além disso, houve um segundo pacote trazido do Oriente Médio, em outubro de 2021, por um dos integrantes da comitiva em sua bagagem. Porém, esse pacote não foi interceptado pela Receita e também seria um presente do governo saudita. Não há estimativa ou avaliação de valores desse outro lote de joias publicamente.

Bolsonaro afirmou que o presente estava com ele e, devido a isso, começou um questionamento de outros presentes recebidos e guardados pelo ex-presidente, como armas, por exemplo. Dessa forma, na última sexta-feira (24), a defesa de Jair Bolsonaro entregou as armas e joias que o ex-presidente ganhou de autoridades árabes e as guardou como “acervo pessoal”.

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