Nesta terça-feira (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o deputado federal e relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB -SP), de “caboclo”. O ocorrido foi durante uma entrevista em vídeo exclusiva para o programa Oeste Sem Filtro, no YouTube.
Desde que voltou ao Brasil, há mais de um mês, Bolsonaro tem retomado sua agenda e escolhido participar de eventos de seu interesse, principalmente aqueles atrelados à direita, como a Revista Oeste.
Em entrevista, quando perguntado pela repórter Ana Paula Henkel sobre o que achava e esperava da votação do projeto de lei 2.630/2020, que aborda, entre outros assuntos, a regulação das redes sociais, Bolsonaro disse que o relator do texto, um homem negro e nascido na Bahia “é um caboclo do Partido Comunista do Brasil”.
O ex-presidente ainda acrescentou: “Eu fui deputado federal por 28 anos. Quando eu tinha dúvida em alguma matéria, eu olhava no painel das indicações. Se tava PT, PC do B e PSOL indicando sim, eu votava não. E não errei nenhuma. Aqui é a mesma coisa: quem é o relator? É um caboclo do Partido Comunista do Brasil. Esse cara tá preocupado com liberdade? Não tá preocupado”.
O termo “caboclo”, que está totalmente em desuso, faz referência a indivíduos que são filhos de brancos ou negros com indígenas, vistos antigamente como “caipiras”, “selvagens” e com pouca instrução. Essa é uma expressão de origem do período colonial brasileiro que, quando designada a um indivíduo torna-se pejorativa e de cunho racista, como é dito no artigo “A Construção Histórica do Termo Caboclo”, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Leia também: “Sou daltônico: todos têm a mesma cor”, diz Bolsonaro ao comentar sobre racismo no Brasil