Bolsa Família ajuda a reduzir mortalidade de pacientes com transtorno psicológico, diz estudo

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Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia, mostrou que o Programa Bolsa Família (PBF) ajuda a reduzir taxas de mortalidade entre pessoas com transtornos psicológicos. O desfecho do estudo foi reunido num artigo e publicado em dezembro na PLOS Medicine, revista científica editada nos Estados Unidos pela Public Library of Science.

A pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, (Cidacs/Fiocruz Bahia) e acompanhou pelo menos 70 mil pessoas beneficiárias do PBF que passaram por algum tipo de internação devido transtorno mental entre 2008 e 2015. O comparativo foi feito com pessoas que estiveram hospitalizadas na mesma razão, e não eram pertencentes ao programa.

O Programa reduz cerca de 7% na taxa de mortalidade total contra não beneficiários /  Foto: Agência Brasil

Durante o período observado, os beneficiários do Bolsa Família, apresentaram uma mortalidade 11% menor que os não beneficiários, no caso de doenças de mortes naturais. E a taxa de mortalidade total foi 7% mais baixa. Mostra-se também, que entre mulheres e jovens estão no grupo que mais reduziram. Num grupo de pessoas entre 10 e 24 anos, há uma redução de 21% na mortalidade por causas gerais e de 44% por causas naturais e entre mulheres, 25% e 27%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, ainda foi evidenciado o potencial do programa em evitar mortes. Dados indicam que se todas as pessoas internadas em casos de transtornos psiquiátricos estivessem recebendo o benefício, pelo menos 4% das mortes teriam sido evitadas.

“Pessoas internadas com transtornos psiquiátricos têm uma expectativa de vida mais baixa do que a população geral. Conseguimos visualizar o potencial de programas de redução da pobreza, como o Bolsa Família, em um dos grupos populacionais de maior risco na sociedade”, afirma Camila Bonfim, pesquisadora do Cidacs/Fiocruz Bahia que liderou a investigação. 

Ela ressalta como apesar de não ter sido criado para lidar com riscos de mortalidade, como o programa ajuda nesse aspecto. “A pobreza contribui para que esses indivíduos experimentem mais comportamentos de risco e recebam menos assistência médica”, conclui Camila.

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