Nesta terça-feira (13) o Banco Mundial alertou os efeitos adversos que as mudanças climáticas podem causar.
A escassez de água, o declínio da produção agrícola e o aumento do nível do mar podem causar o deslocamento de pessoas já em 2030. Assim como, forçar a migração de até 216 milhões de pessoas até 2050, incluindo 17 milhões na América Latina, disse o órgão.
Os dados vêm da atualização do relatório Groundswell, publicado pela primeira vez em 2018, que previa 143 milhões de migrantes climáticos para a África Subsaariana, Sul da Ásia e América Latina.
Em 2050, segundo as previsões, a África Subsaariana poderia ter até 86 milhões de migrantes climáticos internos; já o Leste Asiático e Pacífico, 49 milhões; Sul da Ásia, 40 milhões; África do Norte, 19 milhões; América Latina, 17 milhões; e Europa Oriental e Ásia Central, 5 milhões de migrantes.
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Segundo Juergen Voegele, vice-presidente de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial, outras três regiões foram adicionadas na estimativa global da escala de migração potencial: Leste Asiático e Pacífico, Norte da África e a região que compreende a Europa Oriental e a Ásia Central.
“Se os países começarem agora a reduzir os gases do efeito estufa, fechando as lacunas de desenvolvimento, restaurando ecossistemas vitais e ajudando as pessoas a se adaptarem, a migração climática interna poderia ser reduzida em até 80%, para 44 milhões de pessoas até 2050”, explicou ele.
Voegele enfatizou ainda que, sem uma ação decisiva, pode haver “pontos críticos” de migração climática que “surgirão já na próxima década e se intensificarão até 2050, à medida que as pessoas deixam lugares onde não podem mais habitar e vão para áreas que oferecerem oportunidades”.
Países que receberem os imigrantes
“A trajetória da migração climática interna no próximo meio século depende de nossa ação coletiva sobre a mudança climática e o desenvolvimento nos próximos anos”, disse Juergen Voegele.
Essa tendência migratória pode ter consequências importantes para os países anfitriões, uma vez que muitas vezes não estão preparados para lidar com um grande fluxo migratório.
“Nem todas as migrações podem ser evitadas”, mas “se bem administradas, as mudanças na distribuição da população podem ser parte de uma estratégia de sobrevivência eficaz, permitindo que as pessoas saiam da pobreza e construam meios de subsistência resilientes”, finalizou ele.