Em 2023 o Brasil pagou R$614 bi de juros da dívida pública
Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, votaram em unanimidade pela manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano (a.a), na última quarta-feira (19). A taxa de juros teve 7 reduções seguidas, mas o ciclo foi interrompido.
A decisão, no entanto, foi criticada pelo presidente Lula. “Foi uma pena que o Copom manteve [a taxa Selic a 10,50%], porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro. Isso tem que ser tratado como gasto”, disse Lula em entrevista à rádio Verdinha de Fortaleza nesta quinta-feira (20).
A taxa Selic, é a taxa básica de juros da economia, que influencia diretamente na vida do trabalhador, já que os bancos se baseiam nesta taxa para definir seus juros para empréstimo. Entenda melhor nesta matéria: A taxa Selic baixou: o que isso muda na minha vida?!
Durante a semana o presidente Lula deu declarações de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, realizava oposição ao governo e que deveria baixar as taxas de juros para ajudar a classe trabalhadora.
Em 2023, de acordo com dados do Ministério do Planejamento e do Banco Central, o Brasil gastou R$ 614,55 bilhões com os juros da dívida pública, quando a taxa fechou em 11,75% ao ano. Juntos os ministérios da Saúde, Educação e do Desenvolvimento Social gastaram juntos R$578,12 bilhões: O Ministério da Saúde gastou R$ 170,26 bilhões, Educação gastou R$ 142,57 bilhões e Desenvolvimento Social R$ 265,291.
Na última terça-feira (18), em entrevista a rádio CBN, o presidente do Brasil havia dito que, “essa é uma coisa desajustada. Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, disse Lula.
Porém a votação pela manutenção da taxa em 10,50% foi unanime entre os 9 diretores que votaram, inclusive os 4 indicados por Lula: Gabriel Galípolo, Ailton Aquino, Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti.
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