“Porque usaram justamente uma pintura da escravidão?” diz filho de André depois de dinâmica da Record

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A família do cantor André Marinho, ex-Broz e participante do reality “A Fazenda” protestou nas redes sociais nesta quarta-feira (16) depois das dinâmicas realizadas no programa Hora do Faro, da Record. A obra escolhida para representar o cantor  foi a tela O Lavrador de Café, de Cândido Portinari, e a família se posicionou contra a repetição de estereótipo racistas e escravocratas pelo programa.

“Racismo é crime e a gente se sente muito mal vendo umas coisas dessas, então não é ‘mimimi’, e sim representatividade! Porque existiam várias e várias formas de representar meu pai como um homem negro”, desabafou o filho do cantor, Lucas de 12 anos, em um vídeo postado nas redes da família.

Dinâmica foi realizada durante a “Hora do Faro” / Reprodução Redes Sociais

Em nota a família ainda destacou que “Alguns temas são muito sérios para virarem brincadeira” e disseram que embora o cantor não tenha dito nada no momento da agressão eles, como família se sentiram muito constrangidos e machucados.

 “O quadro do Portinari, onde o André foi representado em uma dinâmica, é uma obra-prima que ficou famosa por retratar a triste realidade que assolou milhares de negros, que durante anos foram escravizados, torturados e submetidos a condições desumanas por um longo e triste período da nossa história”, pontuou ainda em nota a família do cantor.

“Porque eu sendo negro, já tendo sofrido racismo, ao lembrar de toda a história que os negros já viveram, não faz bem”, desabafou ainda o filho de André que completou: “Porque usaram justamente uma pintura da escravidão?! Eu não consigo entender isso!”. (veja AQUI o momento no programa)

Sobre a pintura de Portinari

 O artista plástico Candido Portinari pintou o quadro “O lavrador de Café” em 1934 registrando as condições extenuantes de trabalho dos empregados rurais no Brasil. Haviam se passado menos de 50 anos da abolição da escravidão no Brasil quando o artista fez o registro.

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O quadro foi inspirado em, Nilton Rodrigues, filho de indígenas que trabalhava até 13 horas nas plantações de café, como Rodrigues contou em entrevista ao Globo Repórter em 1989. Nilton foi acompanhado por Portinari em alguns momentos.

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