Na tarde do último domingo (06), um grupo de ativistas protestou contra possíveis abusos da Polícia Civil durante ações na chamada “Cracolândia”, região Central de São Paulo (SP). O protesto reuniu cerca de 50 pessoas incluindo integrantes do coletivo Craco Resiste, movimento social que atua na região.
Eles percorreram um trecho do elevado João Goulart, o Minhocão, até o 77° Delegacia de Polícia (Santa Cecília), onde acenderam velas e estenderam faixas. Ao passar no local onde há concentração de usuários de droga, na rua Helvetia, os dependentes químicos aplaudiram o ato.
O grupo afirma que as operações policiais têm inibido a atuação de outros ativistas e projetos sociais que atuam na área. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo tem ido à região investigar e colher supostos relatos de abuso e descumprimento de direitos humanos.
As operações policiais na “cracolândia” começaram em maio deste ano. Desde então, moradores e comerciantes da região se queixam da dispersão de usuários de drogas e do aumento da sensação de insegurança.
Incomodados com o protesto, um grupo de moradores do entorno da “cracolândia” resolveu ir até a delegacia manifestar apoio à continuidade das ações da Polícia Civil, mas o grupo anterior já havia ido embora.
Em nota, a Polícia Civil defendeu as ações da Operação Caronte na “cracolândia”. “Todo o trabalho policial é acompanhado pelo Ministério Público e conta com anuência do Poder Judiciário. A ação policial conta com apoio da Assistência Social e da Saúde da prefeitura”, diz o texto.
Também em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que, desde o início da operação, 555 usuários, sendo 13 adolescentes, foram conduzidos à delegacia por uso de entorpecentes, sendo elaborados termos circunstanciados e os mesmos encaminhados aos órgãos de assistência social e saúde ou liberados, conforme decisão própria.
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“A Corregedoria da Polícia Civil obtém conhecimento dos fatos, que são apurados por meio de procedimentos para esclarecer os possíveis conflitos entre agentes e usuários de drogas na região central de São Paulo”, diz a SSP.
O delegado Severino Vasconcelos, chefe da ação, disse que as ações na “cracolândia” são todas investigadas, e que convive com provocações por parte das pessoas contrárias ao trabalho no local.
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