Entre 2019 e 2022, período do governo de Jair Bolsonaro (PL), mais de 56 mil armas foram registradas por colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CAC) em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Exército.
No último ano, houve uma disparada, com 33.079 novas armas cadastradas, o que representa uma média de 90,6 armas por dia e aumento de 1.010,4%, comparando com dados de 2019. Na terça-feira (21), Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, que tem registro como CAC e se exibia nas redes sociais praticando tiro, matou sete pessoas com ajuda de Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, em um bar da cidade depois de perderem partidas de sinuca.
Ele foi desligado do clube de tiro que frequentava em Sinop, a 504 km de Cuiabá, por ausência, segundo a Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT). Mato Grosso do Sul contabiliza uma arma de fogo registrada para cada 115 habitantes, de acordo com dados da Polícia Federal (PF) levantados pela reportagem. São 24,6 mil armas para aproximadamente 2,8 milhões de moradores.
Política de armas no governo de Jair Bolsonaro
A quantidade de brasileiros com autorização para ter arma de fogo aumentou sete vezes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ao longo do mandato do ex-presidente, a quantidade de CACs (grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores) subiu de 117.467, em 2018, para 813.188, em 2022, conforme dados obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Exército.
Em janeiro deste ano, a PF deflagrou uma operação para coibir fraudes na obtenção do certificado de registro de Colecionador, Atirador ou Caçador (CAC) para compra de armas e munições.
Batizada de Ilídimo, a ação cumpriu dois mandados judiciais de busca e apreensão, na cidade de Barra do Garças, em Mato Grosso. A investigação constatou a existência de diversos documentos falsos que estariam sendo utilizados em processos de requerimento de certificado de registro.