Após privatização, metrô de BH abre plano de demissão em massa

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O Metrô de Belo Horizonte iniciou um plano de demissão em massa de mais de 200 funcionários sem justa causa. O corte ocorreu após um ano da privatização do metrô, que foi vendido ao Grupo Comporte, em um leilão que ocorreu em dezembro de 2022. As demissões acarretaram diversos protestos dos trabalhadores, motivando uma audiência pública que vai ser realizada nesta terça-feira (09).

A reunião organizada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social vai acontecer na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e prevê discussões sobre as condições de trabalho dos metroviários após o processo de privatização. Conforme o sindicato, depois dessa mudança, mais da metade dos colaboradores foram demitidos.

Ao todo, 230 funcionários serão demitidos – Foto: Reprodução/Metrô BH

Metroviários

Segundo Alda Lúcia Fernandes dos Santos, que faz parte da direção do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro/MG), além das demissões, os trabalhadores também tinham que lidar com o assédio moral iniciado desde do período da privatização da companhia.

“São condições de trabalho horríveis, com jornadas estressantes, assédio moral, desrespeito aos empregados, além da retirada de direitos das mulheres, as que mais perderam com a privatização”, disse Alda.

Ela ainda acrescentou que: 

“Não existe um canal de negociação com a empresa. Ela sempre privilegia os interesses dela e sua visão dos empregados. A empresa possui práticas antissindicais, quando não nos deixa sequer acessar as áreas e conversar com os empregados para ouvir suas demandas. Recentemente, ela também cortou os pagamentos dos diretores liberados”, relata Lúcia.

Posicionamento do Metrô

Em nota enviada ao Notícia Preta, o Metrô BH informou que o Contrato de Concessão prevê estabilidade de um ano para os colaboradores da antiga CBTU-MG. “Essa estabilidade finalizou em 23 de março de 2024. A pedido dos próprios colaboradores, a empresa ofertou Planos de Demissão Voluntária e o Plano de Demissão Consensual, no decorrer do primeiro ano de gestão”, ressaltou a empresa.

Ainda de acordo com a Companhia, esse planejamento vai ajudar a continuar a adequação da empresa, além de manter uma produtividade operacional na linha operada pela concessionária vencedora do certame de 2022.

“O Metrô BH lançou um plano de desligamento na primeira semana de abril. Mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, entre a empresa e o sindicato da categoria, essa ação garantiu benefícios sociais para além das leis trabalhistas. Os Planos de Demissão foram realizados de maneira planejada, garantindo a normalidade da operação”, acrescentou.

Até o fechamento desta matéria, as partes envolvidas ainda não entraram em um acordo, e a audiência pública continua prevista para ocorrer nesta terça-feira (09), com previsão para iniciar às 16h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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