O cientista de dados Raoni Lázaro Barbosa, formado pela PUC-Rio, com especialização no MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, está preso está há 22 dias, acusado de integrar uma milícia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele é casado há quatro anos e há quase um ano começou no emprego dos sonhos, em uma multinacional.
A família e a defesa do jovem que há um anos trabalha em uma multinacional dizem que houve um erro na identificação de Raoni, e que ela foi feita apenas por reconhecimento de fotos.
Raoni foi preso em uma operação da Polícia Civil, conduzida pela delegada assistente Thaianne Barbosa, da Draco.
“Eu falei com eles: ‘ele é funcionário’, falei nome da empresa, uma multinacional conhecida americana. Mas até o momento ele só falaram que eu podia tirar fotos de mandado de prisão e que ele estava sendo encaminhado para Draco, da Cidade da Polícia. E aí começou pesadelo”, afirmou a esposa de Raoni Erica, em entrevista ao RJTV, da TV Globo.
No inquérito, a polícia acusa Raoni de ser responsável pela cobrança de taxas de moradores e de comerciantes de Caxias em um grupo de milicianos que incluía policiais militares.
A defesa afirma que Raoni e a esposa moram em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e nunca viveram em Duque de Caxias. O reconhecimento de Raoni foi feito por foto, uma prática que não é prevista em lei brasileira.
A imagem usada na investigação foi a de um homem identificado como Raony, com “y”, também conhecido como Gago, e apontado como integrante da milícia de Duque de Caxias.
A defesa e a família apontam que a única semelhança entre os dois é a cor da pele. Dados do Colégio Nacional de defensores públicos-gerais, de 2012 a 2020 90 pessoas foram presas injustamente baseadas no reconhecimento por foto.
Só no Rio, foram 73 – e 81% das pessoas apontadas como suspeitas nesses inquéritos são negras. O Conselho Nacional de Justiça criou na última semana um grupo de trabalho para elaborar protocolos objetivos para a identificação por foto.
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