O documentário “Cadê o Amarildo?”, produzido pela Globoplay, estreou nesta sexta-feira (14), no Kinoplex Leblon Globoplay, no Rio de Janeiro. Produzido pelo Jornalismo da Globo, o longa traz depoimentos exclusivos e revela um material inédito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, há 10 anos.
Em entrevista ao Noticia Preta, o filho mais velho de Amarildo, Anderson Gomes Dias de Souza contou sobre a dor e a luta pela humanização de seu pai.
“Desde o que aconteceu com meu pai… foi algo que me machucou bastante. Meu pai sempre foi um cara que ajudou a gente, sempre foi um cara do bem, e eu me senti na obrigação de mostrar pro mundo, já que na época falavam que ele era bandido, traficante. A primeira coisa foi mostrar que ele não era envolvido, não era traficante e depois mostrar para o mundo quem era meu pai . E ele era aquele cara que sempre ajudou todas as pessoas, independente de ser rico, pobre. E enquanto eu tiver vida vou lutar pela memória do meu pai.” disse Anderson.
Michelle Lacerda, sobrinha de Amarildo, falou que espera que o Estado indenize a família. “Estamos falando de dez anos, mas parece que acabou de acontecer. Diariamente estamos sendo torturado, porque quando a gente fala de tortura, morte, desaparecimento forçado, estamos falando de um sofrimento que abrange toda família“, comenta Michelle, que continuou:
“Estamos falando de dez anos que o Estado foi culpabilizado e ainda assim não se prontificou a pagar a indenização, que é uma coisa simbólica também, que não vai trazer o meu tio. A gente espera primeiro que o Estado se dignifique a pagar a indenização que minha família merece“.
O documentário de 1h45 tem direção de Rafael Norton, direção de produção de Clarissa Cavalcanti, roteiro de Andrey Frasson e João Rocha, direção de fotografia de Daniel Torres e Eulym Ferreira e o trabalho investigativo conduzido pelo repórter Mahomed Saigg.
Ricardo Fernandes diretor de elenco concedeu entrevista e ressaltou a importância de terem atores negros e representantes de um projeto oriundo da periferia, porque, segundo ele a história do Amarildo não esgota no próprio Amarildo e reflete a vida de milhares de moradores de favela.
Família do pedreiro Amarildo terá que aguardar por indenização