O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras continuam submetidas à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, apesar das recentes reduções anunciadas pelo governo de Donald Trump. O recuo parcial incluiu 238 produtos, mas uma parcela significativa das mercadorias nacionais segue no chamado tarifaço.
Alckmin destacou que houve avanços, mas lembrou que o impacto permanece expressivo, especialmente sobre alimentos e produtos industrializados. “Nós tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço. Mas ainda temos 22% das exportações brasileiras com tarifa de 50%”, afirmou. Entre os itens que seguem taxados estão mel, uvas, pescados, máquinas e equipamentos industriais.

As tarifas foram impostas em julho, com alíquota de 40% somada a uma taxa adicional de 10% válida para países latino-americanos. Na prática, diversos produtos brasileiros passaram a enfrentar 50% de imposto na entrada nos EUA. Na última semana, porém, o governo Trump retirou a taxa de 10% para itens como açaí e café, e zerou a tarifa de produtos como suco de laranja. Dessa forma, 26% das exportações brasileiras passaram a ter tarifa zero.
A nova remoção, válida para mercadorias que chegaram aos EUA a partir de 13 de novembro, inclui carne, frutas, cacau, especiarias, raízes, tubérculos, cafés e fertilizantes. A mudança ocorreu após negociações diplomáticas conduzidas desde julho, envolvendo reuniões entre Lula, Mauro Vieira e autoridades americanas.
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Segundo comunicado da Casa Branca, houve “progresso inicial nas negociações com o Brasil”, o que motivou o alívio parcial das taxações. Trump também mencionou uma conversa com Lula em 6 de outubro, quando acordaram iniciar tratativas para revisar o Decreto Executivo 14323, responsável pela imposição das tarifas.
Lula celebrou a medida e afirmou que a queda das tarifas é “uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso”. O presidente também declarou ter interesse em visitar Washington para avançar nas negociações de um acordo comercial setorial entre os dois países, etapa prevista para ser concluída em 60 a 90 dias.









