A Universidade Zumbi dos Palmares lançou o álbum antirracista com as figurinhas de 62 jogadores negros que estão disputando a Copa do Mundo Fifa 2022, no Catar, e que já foram vítimas de racismo. O objetivo da Universidade é aproveitar que o futebol é uma paixão nacional e utilizar a Copa para auxiliar no combate de algo tão presente no nosso dia a dia dentro e fora dos campos.
Para o Prof. Dr. José Vicente, Reitor e Diretor Geral e Acadêmico da Faculdade Zumbi dos Palmares, este álbum é mais que falar dos casos de racismo que já estão na mídia, “é uma maneira de enaltecer as conquistas dos jogadores que fizeram e seguem escrevendo sua história no futebol”.
O álbum antirracista traz os jogadores que sofreram racismo nas mesmas posições que o álbum original, mas todo o seu design terá um tom intervencionista, trazendo as conquistas e feitos desses jogadores para que o racismo não seja capaz de apagar suas trajetórias.
Na página final, haverá um QR Code que irá direcionar para um site onde uma petição irá ‘pressionar’ a FIFA a banir os países em que acontecerem atos racistas da próxima Copa do Mundo.
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No ano passado foram registradas mais de 50 denúncias e, só no futebol, a alta de casos de racismo foi de 106% (em 2020, foram registrados 31, contra 64 de 2021). Já este ano, de acordo com o relatório anual do Observatório de Discriminação Racial, até agosto, os casos de racismo no futebol brasileiro já chagavam aos 64.
Alguns jogadores fizeram postagens falando do álbum antirracista, como o meia atacante do Flamengo, Everton Ribeiro, que publicou a foto do álbum com a frase do reitor da Universidade Zumbi dos Palmares. Já os atacante do Real Madrid, Vinicius Jr. e Rodrygo, que já foram vítimas de racismo dentro e fora das quatro linhas, postaram fotos em alusão ao Dia da Consciência Negra.