Fonte: AFP
A atriz e apresentadora Whoopi Goldberg foi suspensa por duas semanas do programa “The View”, que apresenta no canal de televisão ABC, após dizer que o genocídio nazista de seis milhões de judeus não foi “uma questão de raça”.
A apresentadora pediu desculpas após a forte reação à declaração, mas a presidente da ABC News, Kim Godwin, afirmou na terça-feira (1º) que não era suficiente.
“Com efeito imediato, suspendo Whoopi Goldberg por duas semanas por seus comentários equivocados e ofensivos”, afirmou Godwin em um comunicado publicado pelo canal de TV.
“Embora Whoopi tenha se desculpado, eu pedi a ela que tire um tempo para refletir e perceber o impacto de seus comentários”.
A vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por “Ghost” (1990) afirmou em uma edição do “The View” que o Holocausto envolveu “dois grupos de pessoas brancas”.
“No programa de hoje disse que o Holocausto ‘não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem’. Deveria ter dito que são os dois”, escreveu Goldberg na segunda-feira (31).
“O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei”, acrescentou a atriz de 66 anos após ser duramente criticada pela sua declaração.
O Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu em uma rede social, sem citar a atriz, que “o racismo foi fundamental para a ideologia nazista”. “Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa”.
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“Não @WhoopiGoldberg, o #Holocausto foi a aniquilação sistemática do povo judeu por parte dos nazistas, que os consideravam uma raça inferior”, escreveu Jonathan Greenblatt, diretor da Liga Antidifamação, à apresentadora.
“Foram desumanizados e usaram essa propaganda racista para justificar o assassinato de seis milhões de judeus. A distorção do Holocausto é perigosa”, acrescentou.
Goldberg, que protagonizou filmes que denunciaram o racismo contra os negros como “A Cor Púrpura”, deu a declaração durante uma discussão sobre a proibição em uma escola de Tennessee da graphic novel “Maus”, sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz.
Na obra, o autor Art Spiegelman entrevista seus pais, judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, para retratar o tempo deles como prisioneiros do mais famoso campo de concentração do nazismo.
O livro, até hoje a única HQ a vencer o Prêmio Pulitzer, retrata judeus como ratos e nazistas como gatos. Ele é considerado uma representação poderosa e precisa do assassinato nazista de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.