“A terra não está à venda”, Cimi lança posicionamento para COP 30

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O combate efetivo às mudanças climáticas exige decisões políticas, éticas e econômicas firmes, que promovam rupturas sistêmicas urgentes. A avaliação está contida no documento político “A terra não está à venda”, divulgado pela entidade para a COP 30, que ocorrerá em Belém (PA), em novembro, segundo apuração do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

A Conferência das Partes (COP), vinculada à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, reunirá líderes dos países membros. O Cimi observa, no entanto, que o debate tem sido marcado pela leniência dos Estados, especialmente das nações centrais do capitalismo, e por acordos considerados tímidos.

O documento do Cimi identifica a lógica predatória do modelo econômico capitalista, surgido com a invasão colonial das Américas, como a causa principal do colapso ambiental. “O colapso ambiental tem raiz histórica e tem causa principal. Ele é resultado da lógica predatória do modelo econômico capitalista, cujas condições de existência emergiram a partir do processo de invasão colonial do que hoje conhecemos como América”, avalia a entidade.

O Cimi identifica a lógica do modelo econômico capitalista, surgido com a invasão colonial das Américas, como a causa do colapso ambiental – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Entre as medidas consideradas necessárias, o Cimi defende a demarcação e proteção de terras indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais como passo fundamental. O texto afirma que a crise é única, socioambiental e civilizatória, exigindo ações urgentes. “Precisamos de decisões urgentes, ousadas e enérgicas que promovam uma mudança radical de rumo. Não existem duas crises, uma social e outra ambiental, mas uma única crise socioambiental, como afirmou o Papa Francisco”, diz o documento.

Por fim, o Cimi faz um apelo à mobilização popular. “Este é um chamado à peregrina rebeldia e à insurgência da Esperança. Um apelo a todos e todas que se recusam a aceitar um futuro de cinzas. É hora de construir nas ruas, nas praças, nas aldeias e nos territórios a força popular capaz de fazer acontecer uma agenda real de ruptura e transformação”, convoca a organização.

Confira documento na íntegra.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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